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“Apascentai, pois, as ovelhas destinadas para a matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra, União; e apascentei as ovelhas” (v.7).
Considerada uma das ocupações mais antigas da humanidade, o pastoreio de animais requer certas características necessárias para a segurança e bem-estar do rebanho, principalmente quando se trata de um rebanho de ovelhas. A mansidão e a tranquilidade acalmam as ovelhas e criam um vínculo de confiança entre estas e o pastor. Ao mesmo tempo em que a firmeza e a autoridade do pastor refreiam as mais difíceis de lidar e estabelecem limites ao rebanho. Também se requer coragem e força a fim de defendê-las dos predadores, e da imprescindível característica: a vigilância. Um bom pastor está sempre atento, tanto às necessidades do seu rebanho quanto à preservação da sua segurança.
A parábola do bom pastor foi tão bem compreendida pelo profeta que sua linguagem passou de “Assim diz o Senhor dos Exércitos”, para “Assim diz o Senhor, meu Deus” (v.4). Zacarias experimentou a doce comunhão pessoal com o bom Pastor e nEle encontrou tudo de que precisava. Como Davi, esta era a canção de seu coração: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (Sl.23:1). Em seu ministério profético, buscou cumprir sua missão por preceito e por exemplo, conduzindo o povo com as varas da Graça e da União (v.7). A vara tinha o objetivo principal de disciplina. Foi com a experiência de sua primeira ocupação que Davi descreveu a finalidade desta disciplina: “a Tua vara e o Teu cajado me consolam” (Sl.23:4). A correção, portanto, tem o viés não de punição, mas de trazer de volta para si, livrando “as pobres ovelhas do rebanho” (v.7) dos perigos e da morte.
Foi nesse contexto de “ovelhas destinadas para a matança” (v.4, 7), que Zacarias assumiu a função pastoral dada por Deus de conduzir o povo de volta para Ele. Foi com uma vara de pastor na mão que Moisés liderou Israel do Egito para o deserto. Quando recebeu das mãos do Senhor as tábuas da Lei e desceu do monte com esse segundo instrumento de ordem, vendo a impiedade do povo, quebrou as tábuas em sinal da quebra da aliança por parte de Israel (Êx.32:19). Ao rejeitarem a boa liderança de Zacarias a fim de viverem como quisessem, Judá e Israel endureceram o coração sob a liderança insensata de homens alheios ao seu bem-estar e segurança, de forma que algo parecido à experiência do Sinai aconteceu: “Tomei a vara chamada Graça e a quebrei, para anular a Minha aliança […] Então, quebrei a segunda vara, chamada União” (v.10, 14).
Jesus veio primeira vez a fim de apascentar “as ovelhas destinadas para a matança, as pobres ovelhas do rebanho” (v.7). Com as varas da Graça e da União, Sua vida arrebanhava multidões ao Seu encontro; pessoas que reconheciam nEle o que faltava nos mestres da Lei, “porque Ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mt.7:29). Essa autoridade representava o discurso de Sua própria vida. Seu olhar, Suas palavras e Seu toque eram típicos de um pastor que ama as suas ovelhas. Zacarias foi um dos últimos profetas no meio do povo antes de um silêncio de praticamente 400 anos até o nascimento do Messias. E ele sabia que aquela geração representava uma das últimas oportunidades dadas à nação eleita de se arrepender e buscar transmitir às gerações seguintes as palavras do Senhor, que faria da chegada do Messias um dia de celebração para todo o Israel e até mesmo para todo o mundo.
Infelizmente, o povo desprezou a palavra profética e, de todos, apenas uns poucos pastores foram testemunhas oculares do cumprimento da profecia do Rei menino (Lc.2:16). Trinta moedas de prata (v.12) foi o valor dado pela vida dAquele que veio para dar vida eterna aos que estavam destinados “para a matança” (v.4). Em um rompante de remorso, Judas lançou aquelas moedas “na Casa do Senhor” (v.13), cumprindo com precisão a Escritura, segundo as profecias de Jeremias e de Zacarias: “Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se […] e as deram pelo campo do oleiro” (Mt.27:5, 10). Com as varas da Graça e da União, Jesus nos deixou registradas palavras que precisam nos guiar enquanto ainda estamos andando “no vale da sombra da morte” que é este mundo tenebroso (Sl.23:4). Leia João 10:1-18 e, como Zacarias e Davi, perceba ali as palavras do Senhor, seu Deus, o seu bom Pastor.
Como Jesus interrogou a Pedro, Ele nos faz a mesma pergunta, hoje: “[…] tu Me amas?”. Ele não espera de nós simplesmente uma resposta em palavras, mas em atitudes: “Apascenta as Minhas ovelhas” (Jo.21:17). Não foi fácil para Zacarias e para os demais profetas lidar com um povo duro de coração, mas a recompensa deles era a constante companhia e aprovação de Deus e a certeza de que nem a morte poderia separá-los do amor de seu bom Pastor (Rm.8:38, 39). Da mesma forma, Ele nos convida a segui-Lo e, em Suas pisaduras, encontrarmos tudo de que necessitamos para viver nesta Terra conforme a Sua vontade, enquanto conduzimos outros pelo mesmo reto Caminho (Jo.14:6).
Oh, amados, como ovelhas destinadas à morte recebemos do Céu Aquele que Se fez ovelha e foi levado ao matadouro em nosso lugar (Is.53:7)! Que pela graça de Jesus e pela união do Espírito Santo, façamos parte do rebanho que, muito em breve, reconhecerá a voz do bom Pastor a nos chamar: “Vinde, benditos de Meu Pai!” (Mt.25:34). Vigiemos e oremos!
Bom dia, ovelhas do bom Pastor!
* Oremos para que sejamos ovelhas de Jesus ajudando umas às outras na jornada para o eterno aprisco.
Rosana Garcia Barros
#PrimeiroDeus #Zacarias11 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
1 Comentário so far
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Excelente!
Comentário por Silvio Fernandes 21 de abril de 2021 @ 5:00Bom dia!