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Samuel Wang
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Amigos,
com um pouco de atraso, mas sempre em tempo, envio estes comentários selecionados sobre Samuel 28.
Eles – apesar de longos – são tão esclarecedores quanto ao texto bíblico que não podia me furtar de enviar a vocês.
Um forte abraço,
Jeferson.
3-25 Em contraste com as consistentes respostas de Deus às consultas de Davi, a linha de comunicação de Saul com Deus está quebrada. Saul matou os sacerdotes de Deus. Samuel está morto e o éfode [estola] sacerdotal está com o sacerdote de Davi, Abiatar. Este capítulo conta a história da consulta de Saul a uma médium espírita de En Dor, o que leva à sua derrota e morte (Andrews Study Bible).
A mediunidade é pecado gravíssimo, condenado pela Bíblia de ponta a ponta, e é castigada com a pena máxima, pena de morte (Lv 20.27; Dt 18.10-12; At 16.18; Ap 21:8). Dizer que Deus permitiu o aparecimento de Samuel mediante a pitonisa (11), é afirmar que Deus permitiu a Samuel pecar gravemente. Consultar os “mortos”, ou os falsos mortos, é pecado igual ao de feitiçaria e ao de idolatria (15.23a). É pecado cuja prática Deus não permitiu a ninguém, absolutamente a ninguém, e muito menos a Samuel, que era o segundo dos profetas, quanto á importância, depois de Moisés do A.T. (Jr 15.1) (Bíblia Shedd).
Saul havia desterrado os médiuns. O espiritismo era uma prática comum entre as nações ao redor, mas Israel recebera a proibição de se envolver com isso (Dt 18:9-14; ver PP, 676) (CBASD, vol. 2, p. 629).
Embora a expulsão por Saul dos médiuns e espíritas esteja em total conformidade com a lei de Moisés (Lv 19.31; 20.6,27; Dt 18.11), isso é só uma demonstração parcial de zelo pela religião de Israel. Saul, ao consultar uma médium, indica claramente sua própria infidelidade e desobediência (1Cr 10.13) (Bíblia de Genebra).
4 Suném … Gilboa. Estas duas cidades ficavam em lados opostos do vale de Jezreel (Andrews Study Bible).
Embora não haja nenhuma declaração definitiva sobre o assunto, o fato dos filisteus conseguirem passar pelo vale de Suném indica que, enquanto Saul estava tão concentrado em envontrar Davi, foi omisso na proteção de suas fronteiras, e os filisteus tiraram vantagem dessa facilidade. A paixão irracional de Saul em eliminar Davi da terra, involuntariamente abriu o país inteiro às invasões filistéias (CBASD, vol. 2, p. 629).
por Urim. As predições dos eventos futuros por meios legítimos não estavam mais disponíveis a Saul. […] Seus sacerdotes podem ter fabricado um éfode em lugar do original (Andrews Study Bible).
7-25 A crônica de 7 – 25 fora escrita por uma testemunha ocular: logo, por um dos servos de Saul que o acompanhara à necromante (7,8). Frequentemente, esses servos eram estrangeiros (21.7; 26.6; 2Sm 23.25-39) e quase sempre supersticiosos, crentes no erro (7) – razão por que seu estilo é tão convincente. Esta crônica que é parte da história de Israel, pela determinação divina, entrou no Cânon Sagrado. E deve estar lá, , como lá estão os discursos dos amigos de Jó (42.7), as afirmações do autor de “debaixo do sol” (Ec 3.19; 5:18; 9.7, 9, 10, etc.), a fala da mulher de Tecoa (2 Sm 14.2-21), etc. – palavras e conceitos humanos. Infelizmente, esta crônica é interpretada por muitos sob o mesmo ponto de vista do servo de Saul. Analisando-se o caso, não negamos a sinceridade da mulher (11-14); também a moça de At 16.16-18 foi sincera. […] recorremos […] diretamente à Bíblia que, em si mesma, tem os argumentos necessários para desmentir as afirmações do servo de Saul. […] 1) Argumento gramatical (6) “…O Senhor não lhe respondeu.” O verbo hebraico é completo e categórico. Na situação presente de Saul, Deus não lhe respondeu, não lhe responde e não lhe responderá nunca. […] 2) Argumento exegético (6): “Nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas” – revelação pessoal, sacerdotal (v. 14, 18) ou inspiracional da parte de Deus, respectivamente [frase reescrita para maior clareza]. Fosse Samuel o veículo transmissor, seria o próprio Deus respondendo, pois Samuel não podia falar, senão pela inspiração. E, se não foi o Senhor quem falou, não foi Samuel. 3) Argumento ontológico: Deus se identifica como o Deus dos vivos: de Abraão, de Isaque, de Jacó, etc. (Êx. 3.15; Mt 22.32). Nenhum deles perdeu a sua personalidade, integridade, ou superego. Seria Samuel o único a poluir-se, indo contra a natureza do seu ser, contra Deus (6) e contra a doutrina que ele mesmo pregara (15.23), quando em vida nunca o fez? Impossível. […] 5) Argumento doutrinário: Consultar os “espíritos familiares” é condenado pela Bíblia inteira (ver 28.3). Fossem os espíritos de pessoas, e Deus teria regulamentado a matéria, mas como não o são, Deus o proibiu. Aceitando a doutrina do pseudo-Samuel, cria-se uma nova doutrina, que é a revelação divina mediante pessoas ímpias e polutas. E nesse caso, para serem aceitas as afirmações proféticas como verdades divinas é necessário que sejam de absoluta precisão; o que não acontece no caso presente (Vejam como são precisas as profecias a respeito de Cristo […]). 6) Argumento profético (Dt 18.22): As profecias devem ser julgadas (1 Co 14.29). E essas, do pseudo Samuel, não resistem ao exame. São ambíguas e imprecisas, justamente como as dos oráculos sibilinos e délficos. Vejamos: a) Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus (28.19): a profecia é do estilo sibilino e sugeria que Saul viria a ser supliciado pelos filisteus. Mas o fato é que Saul se suicidou (31.4), e veio parar nas mãos dos homens de Jabes-Gileade (31.11-13). Saul apenas passou pelas mãos dos filisteus. Infelizmente, o pseudo Samuel não podia prever esse detalhe. [..] b) Não morreram todos os filhos de Saul. Ficaram vivos pelo menos três filhos de Saul: Isbosete (2 Sm 2.8-10), Armoni e Mefibosete (2 Sm 21.8). c) Saul não morreu no dia seguinte (“…amanhã…estareis comigo”, 28.19): Esta é uma profecia do tipo délfico, ambígua. Saul morreu cerca de dezoito dias depois. […] d) Saul não foi para o mesmo lugar de Samuel (“…estareis comigo”, 28.19). Outra profecia délfica . (Bíblia Shedd).
11 O medo de Saul de Samuel não acabou depois da morte do profeta. Compare isto com o medo de Herodes por João Batista (Mat. 14:1-2) (Andrews Study Bible).
13 um deus. Do heb. ‘elohim‘, título usado mais de 2,5 mil vezes para o Deus verdadeiro e, com frequência, para se referir a deuses falsos (Gn 35:2; Êx 12:12; 20:3; etc.). Três vezes, a ARA traduz o termo por “juízes” (Êx 21:6; 22:8, 9). É possível que a palavra pudesse ser traduzida assim neste texto, e a mulher, portanto, diria: “Vejo um juiz que sobe da terra.” (CBASD, vol. 2, p. 633).
subindo. Seria contrário a qualquer princípio da justiça imaginar que uma necromante teria recebido autoridade divina para chamar Samuel de seu lugar de repouso. Pensar que Deus, Aquele que proibiu a necromancia (Dt 18:10-12), cederia ao pedido de uma médium para perturbar o descanso de seu santo Samuel é algo totalmente inconcebível. No entanto, assim como Satanás teve poder para aparecer diante de Jesus no deserto como um anjo de luz, ele ou um de seus agentes poderia, caso permitido, personificar Samuel, tanto em aparência quanto em voz (CBASD, vol. 2, p. 633).
numa capa. Samuel é reconhecido por seu manto que é mencionado em 15:27. Enquanto Saul podia ouvir a voz, somente a mulher podia ver o espírito. Baseado no ensino da Bíblia a respeito do estado dos mortos, Saul não escutou Samuel, mas, sim, um espirito enganador (Andrews Study Bible).
fazendo-me subir. Fica claro que os antigos, de modo geral, imaginavam que uma região subterrânea constituía a morada dos mortos. Caso a doutrina apoiada pela maior parte dos cristãos, de que o justo sobe ao Céu por ocasião da morte […] o pedido seria para fazer Samuel descer, e o espírito que personificou Samuel teria dito: “Por que me inquietaste, fazendo-me descer?” Este único momento no registro já é suficiente para descartar a narrativa como prova da doutrina do estado de consciências (sic) dos justos mortos (CBASD, vol. 2, p. 633).
16 teu inimigo Estas palavras identificam seu autor. A declaração feita neste versículo e nos seguintes ilustra uma estratégia característica do diabo. Desde sua queda, Satanás tenta retratar o caráter divino de maneira distorcida. Ele representa Deus como um tirano vingativo, que empurra para o inferno todos que não O temem (ver GC, 534). Seduz os seres humanos ao pecado e depois apresenta o caso deles como totalmente desprovido de esperança. Insinua que o Senhor não está disposto a perdoar o pecador enquanto existe uma única desculpa para não aceitá-lo. Assim, retrata Deus para as pessoas como se Ele fosse inimigo delas. Tal conceito reside na base das religiões pagãs, as quais ensinam a necessidade de sacrífícios para apaziguar um deus irado. Essa doutrina é absolutamente contrária aos ensinamentos da Bíblia, que mostram Deus estendendo amor a todos e disposto a realizar o sacrifício supremo para salvar os culpados (Jo 3:16; 2Pe 3:9) […] Deus não se tornou inimigo de Saul. Ele simplesmente permitiu que a colheita revelasse a natureza da semente. Saul estava em apuros por escolha própria. O Senhor havia tentado poupá-lo do desastre, enviando diversas advertências e repetidos conselhos, mas ele persistiu em colocar seu julgamento finito em oposição à instrução divina (CBASD, vol. 2, p. 633, 634).
19 dos filisteus. Uma vez que Saul se degradou voluntariamente, colocando-se nas mãos do inimigo, Satanás aproveitou a oportunidade para ridicularizá-lo e desanimá-lo. Com a batalha se aproximando, o diabo levou Saul a sentir que já tinha perdido. Na verdade, o Senhor poderia ter salvado Israel assim como fizera em Mispa (1Sm 7:10). Contudo, naquela ocasião, o povo confessou seu pecado e clamou a Deus. Tivesse Saul confessado seu pecado, reunido todo o Israel, mencionado sua fraqueza e conduzido todo o exército a uma dedicação renovada ao Senhor, o resultado da batalha poderia ter sido completamente diferente. Ao colocar diante do rei a aparente impossibilidade de qualquer perdão e o tamanho de sua rebelião contra Deus, Satanás foi bem-sucedido em desanimar Saul por completo, e em conduzi-lo à ruína (CBASD, vol. 2, p. 634).