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“Então, sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (v.9).
Sem bens e sem filhos, a vida de Jó foi bruscamente afetada e tornou-se alvo da curiosidade do antigo Oriente. Contudo, ele conservou “a sua integridade” (v.3), como observado pelo próprio Deus, fato este que despertou Satanás a prosseguir em seus planos de destruir o servo do Senhor: “Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida” (v.4). Ao perceber o fracasso de sua primeira tentativa, o inimigo das almas faria o que pudesse a fim de provar ao Universo que a integridade de Jó era condicional.
Completamente tomado de enfermidades físicas e emocionais, aquele que antes possuía um lugar de honra diante dos grandes da Terra, acabou “sentado em cinza” com um caco na mão “para com ele raspar-se” (v.8). Aquela cena era doída demais para a sua mulher, de modo que ela pensou ser a morte a única saída para uma situação tão degradante. É fácil julgar a atitude da mulher de Jó quando o relato não pode exprimir a dor de ver seu ente querido literalmente apodrecendo, perecendo aos pedaços.
Dia após dia, Satanás observava a ruína de Jó e em cada gemido do humilde sofredor esperava com ansiedade palavras de maldição. Mas a medida de suas lágrimas e de seu flagelo não podia superar a intensidade de seus clamores. Como quem aguarda a hora da morte, Jó não pedia pela própria vida e nem ambicionava reaver o que havia perdido, mas mesmo consternado em dor e agonia, seu coração pulsava no intenso desejo de permanecer na presença do Senhor e nEle encontrar alívio.
Como os amigos de Jó, existem muitos dentre o povo de Deus que ainda necessitam de genuína conversão. Não compreendem que qualquer de suas boas ações ou intenções não podem ser motivadas apenas por esforço próprio, mas como dons de Deus, resultado de uma íntima comunhão com Ele. E o precioso silêncio que, conforme o costume, deveria permanecer até que o pranteador se manifestasse, teria sido consolo suficiente não fosse seguido por palavras impensadas e cheias de falsa piedade, como veremos no decorrer do livro.
O problema do sofrimento humano não define em que lado estamos. Para os antigos, e para muitos ainda hoje, o sofrimento está diretamente relacionado à condição do homem com Deus. Fazem da prosperidade um termômetro e esquecem que os grandes homens e mulheres de Deus do passado tiveram de passar por muitas tribulações a despeito da própria vida. Querem desfrutar das bênçãos de Jesus, mas rejeitam a ideia de participar de Seus sofrimentos. E o único meio de escaparmos desta condição de letargia é, como Jó, conservando a nossa integridade diante de Deus.
Uma vida de comunhão diária, de constante oração e de diligente estudo das Escrituras, não nos livra de passarmos por aflições, mas, certamente, é a receita infalível para estarmos prontos para suportá-las e não sermos destruídos pelo inimigo. Jó andou “pelo vale da sombra da morte” (Sl.23:4), mas ao seu lado estava Deus. Se os amigos não conseguem lhe dar consolo na aflição, há um recado do Espírito Santo para você, hoje: “Dizei aos desalentados de coração: Sede fortes, não temais. Eis o vosso Deus. A vingança vem, a retribuição de Deus; Ele vem e vos salvará” (Is.35:4). Vigiemos e oremos!
Bom dia, consolados pelo Espírito Santo!
Rosana Garcia Barros
#Jó2 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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