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“Enquanto Esdras orava e fazia confissão, chorando prostrado diante da Casa de Deus, ajuntou-se a ele de Israel mui grande congregação de homens, de mulheres e de crianças; pois o povo chorava com grande choro” (v.1).
Provavelmente, Esdras não esperava tamanha comoção por parte de seus irmãos e uma resposta tão rápida às suas orações. Angustiado e chorando muito, ele viu naquela transgressão a grande possibilidade da decadência de seu povo, que acabara de retornar da terra do cativeiro. Ultrapassados os limites por Deus estabelecidos, os filhos de Israel romperam as fronteiras da nação, “casando com mulheres estrangeiras, dos povos de outras terras” (v.2). Desses matrimônios foram gerados filhos que, por sua vez, recebiam toda a influência pagã de suas mães idólatras, perdendo assim a identidade como nação eleita de Deus.
Esdras foi levado a olhar para os resultados desastrosos da desobediência. Quando cativo em Babilônia, pôde ver de perto a corrupção em todas as suas formas, e como o simples assentimento com os costumes seculares abre uma porta para a total apostasia. O fato da maioria dos judeus ter permanecido em Babilônia explica o encanto difícil de ser quebrado que o pecado causa no homem. E entre ter o que deseja e fazer a vontade de Deus, o impenitente sempre vai escolher a primeira opção.
Num casamento em jugo desigual não havia apenas a diferença religiosa, mas também costumes e práticas abomináveis que eram levados para dentro do lar. Idolatria, alimentação impura e sexo deturpado eram os principais pecados cometidos nessas uniões mistas. Na igreja apostólica, quando os recém-conversos estavam sendo perseguidos pelos cristãos judeus a respeito de tradições, foi tomado um voto entre os apóstolos para que não fosse cobrado deles nada além da abstenção “das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas” (At.15:29).
Esdras demonstrou um genuíno espírito de compaixão ao prantear por seus irmãos, e seu livro foi concluído regado com suas sinceras lágrimas. As palavras de Secanias lhe deram a força que precisava para agir e exigir dos cabeças das famílias de Israel que tomassem uma atitude urgente. A forma radical de resolver a situação mandando embora suas mulheres e filhos estrangeiros foi, sem dúvida, um dos piores momentos pós-exílio. Mas mesmo havendo oposição por parte de alguns (v.15), “toda a congregação disse em altas vozes: Assim seja […] assim nos convém fazer” (v.12).
Como a obediência gera bênção, a desobediência gera maldição. Esdras precisou submeter o povo a uma atitude extrema a fim de evitar um mal pior. Hoje, existem muitos casamentos enfrentando situações desafiadoras. O plano de Deus para o casamento é o mesmo desde o princípio (Gn.2:24). Infelizmente, a humanidade vem deturpando o plano original do Criador trocando a bênção pela maldição. E até mesmo em lares cristãos, muitos casais têm maculado o leito e a família com licenciosidade julgando ser lícito fazer o que quiser entre quatro paredes.
Este é um assunto que tem gerado muitas discussões e polêmicas. Mas uma coisa é certa, amados: todo aquele que busca ao Senhor de todo o coração, procura fazer “o que é do Seu agrado” (v.11), porque a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm.12:2). Quando a vontade própria é subjugada, o Espírito Santo muda os nossos gostos, refina os nossos apetites e purifica a nossa mente. É claro que sempre existirão os Jônatas, Jazeías, Mesulão e Sabetai (v.15) se opondo ao “assim diz o Senhor”. No fim das contas, contudo, a decisão em ser fiel ou não sempre será pessoal e intransferível.
Os conselhos deixados pelos apóstolos Paulo e Pedro, em 1Co.7:12-16 e em 1Pe.3:1-7, respectivamente, não requer do cristão casado o afastamento de seu cônjuge incrédulo, mas uma vida de nobre procedimento, de modo que seja um instrumento do Espírito Santo para a conversão do companheiro descrente. A todos os casados, busquemos na Palavra o conhecimento e a sabedoria tão necessários para que desfrutemos de um “leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hb.13:4). E aos solteiros, o recado do Senhor é muito claro: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?” (2Co.6:14-15).
E, assim, conservemos, pela graça de Deus e poder do Espírito Santo, a inconfundível identidade celestial. Vigiemos e oremos!
Bom dia, fiéis servos de Deus!
Dez Dias de Oração (8° dia): Oremos: Pelos desafios e projetos da Igreja em todo o mundo; pelos líderes e membros da Igreja na Divisão Sul-Americana; por nossos cinco amigos de oração.
Rosana Garcia Barros
#Esdras10 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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