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“Seus irmãos, os levitas, foram postos para todo o serviço do tabernáculo da Casa de Deus” (v.48).
Os levitas foram escolhidos por Deus para dirigir todo o serviço do santuário, inclusive o serviço de “canto na Casa do Senhor” (v.31). Davi, além de um grande guerreiro e rei, era um músico talentoso. A Bíblia o chama de “mavioso salmista de Israel” (2Sm.23:1). Ele escreveu a maior parte dos Salmos, que compunham o hinário do povo israelita. Ele mesmo quem escolheu os cantores levitas (v.31).
Mas porque Deus escolheu justamente a tribo de Levi para um encargo tão importante? Após o episódio em que o povo de Israel adorou um bezerro de ouro no deserto enquanto Moisés recebia de Deus as tábuas da Lei (Êx.32), ao Moisés notar que o povo estava desenfreado, “pôs-se em pé à entrada do arraial e disse: Quem é do Senhor venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi” (Êx.32:26). Deus honrou a atitude daquela tribo, que decidiu permanecer fiel a Ele.
Os levitas, portanto, receberam o privilégio e a responsabilidade de cuidar da Casa do Senhor e de tudo o que se referisse a sua liturgia. Os filhos de Levi, no entanto, não herdariam a terra. Como bem foi profetizado na bênção de Jacó: “[…] dividi-los-ei em Jacó e os espalharei em Israel” (Gn.49:7). Levi e Simeão foram extremamente violentos assassinando todos os homens de uma cidade por causa de sua irmã Diná (Gn.34:25-31). O fato de terem ficado de fora da herança, confirma as palavras de Cristo quanto aos que hão de herdar a terra: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt.5:5).
Toda a ministração do templo estava aos cuidados desta tribo “sem terra”, cujas obras deveriam estar de acordo com a fé que proferiam ter. Interessante que Jesus utilizou um levita e um sacerdote ao proferir uma de Suas parábolas. Ao ser questionado acerca de quem era o nosso próximo, Ele contou a seguinte parábola, que muitos acreditam ter sido uma história baseada em fatos reais (permitam-me parafrasear):
Um homem foi roubado e gravemente ferido em uma estrada. Caído ao chão, quase morto, seu coração clamava por uma alma piedosa que dele se compadecesse. Com muito esforço, abriu os olhos, e vendo aproximar-se um sacerdote, pensou: “Estou salvo! Certamente este homem de Deus irá me ajudar!” Mas o “homem de Deus” o ignorou e passou bem longe dele. Ele quase não acreditou! Aquele que ministrava as coisas sagradas e que sempre o cumprimentava na igreja fez de conta que não o tinha visto. Tremenda foi a sua decepção! Naquele momento ele desmaiou de dor.
Ao começar a recuperar os seus sentidos, ouviu de longe outros passos, e novamente se esforçou para ver quem era. “Graças a Deus!”, pensou ele. “É o levita cantor de minha igreja. Ele sim vai me ajudar!” Mas para sua surpresa, ele tomou a mesma atitude do sacerdote. Pronto! E agora? Tudo estava perdido, até que… surgiu um samaritano. Quem? Um cujo povo era considerado inimigo dos judeus? Pois é! Assim que o avistou, prontamente se aproximou, cuidou de suas feridas, o levou a uma hospedaria e pagou para que cuidassem dele até que ele voltasse. (Lc.10:25-37).
Os levitas lidavam com coisas santas, mas acima de tudo, com o Santo de Israel. Deus deveria ser o primeiro e o último em suas vidas. Sendo assim, deveriam compreender como ninguém o Seu amor e a Sua misericórdia. Mas, com o passar do tempo, tornaram-se os que menos conheciam o real caráter de Deus. Todos corremos o mesmo risco. Vamos à igreja, trabalhamos na igreja, derramamos lágrimas pela causa, damos o suor pelas obras, mas esquecemos do principal: manter um relacionamento diário com o Dono da Casa. O nome já diz tudo: Casa de Deus. Ora, se a Casa é de Deus, Ele deve estar no controle de todas as coisas, inclusive, e principalmente, do nosso coração.
Um verdadeiro adorador do Senhor não é aquele que canta melhor, ou que tem uma oratória que arrasta multidões. O verdadeiro adorador do Deus vivo é aquele que procura viver como Cristo viveu. Cristo não se preocupava em agradar pessoas, Ele veio para salvar pessoas! Essa é a maior confusão que fazemos. Queremos mais agradar, do que ser usados para salvar. Aquele sacerdote e aquele levita da estrada pensaram em todos os contratempos que lhes causariam cuidar daquele ferido. O bom samaritano pensou que não poderia deixar aquele homem morrer se ele tinha nas mãos o poder de fazer algo por ele. Pois “aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg.4:17). Compreendem, meus irmãos?
Precisamos despertar para a mesma atitude daquele verdadeiro servo de Cristo. Nos preocupar menos com as más línguas, e mais com os que perecem pelas estradas deste mundo. Esta obra não é mais conferida apenas aos levitas, mas a todos os que aceitam o sacrifício de Cristo Jesus. Porque a partir do momento em que experimentamos deste amor inigualável, torna-se impossível não querer compartilhá-lo. Somos obreiros do Mestre, e esta obra deve ser iniciada em nosso coração, aperfeiçoada na igreja e praticada por todo o mundo. Portanto, mãos à obra, servos do Deus Altíssimo! Vigiemos e oremos!
Bom dia da preparação, bons samaritanos!
Rosana Garcia Barros
#1Crônicas6 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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