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“Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido, esgravatava nos postigos das portas e deixava correr saliva pela barba” (v.13).
O sacerdote Aimeleque ficou tomado de medo ao avistar Davi sozinho e perguntou qual era o motivo de sua visita. Davi mentiu, provavelmente com a intenção de proteger o sacerdote caso Saul soubesse que este o havia ajudado. Mas só havia ali os pães da proposição, ou seja, os pães sagrados do santuário. Após certificar-se de que Davi e seus homens não haviam se contaminado com nada impuro, Aimeleque julgou por bem dar-lhes de comer daqueles pães. Ele passou por cima da lei cerimonial para cumprir uma ainda maior.
Ao ser indagado porque Seus discípulos colheram e comeram espigas no sábado, Jesus usou este episódio da vida de Davi como ilustração. As inúmeras regras criadas pelos judeus acerca da guarda do quarto mandamento, haviam tornado o sábado algo longe do propósito que realmente deveria cumprir: um dia especial, deleitoso e de profunda comunhão com o Criador (Is.58:13-14). A expressão “Misericórdia quero e não holocaustos” (Mt.12:7), define bem a sábia decisão do sacerdote em alimentar Davi e seus homens, e a inocente atitude dos discípulos em pegar algumas espigas para se alimentar.
Então, dali de Nebo, fugindo de Saul, Davi partiu para Aquis, rei de Gate. Só que ele não esperava encontrar ali pessoas tão informadas acerca de sua fama de guerreiro vitorioso. Davi percebeu, portanto, que havia fugido de um inimigo para cair nas mãos de outro. E o qual foi a sua atitude? Fingir-se de louco! Isso mesmo. Davi se passou por doido, remexendo nas aberturas das portas e babando como um bebê de colo. Imaginem a cena! E a pergunta do rei de Gate confirma a perfeita atuação de Davi: “Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis este para fazer doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?” (v.15).
O contexto histórico do Salmo 34 é justamente este em que Davi se finge de louco. E o título do Salmo é: “Provai que o Senhor é bom”. Apesar de nossas atitudes impensadas, a bondade do Senhor vai além. Mesmo que o medo nos leve a agir de forma alienada diante dos homens, Deus ouve o clamor do coração: “Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações” (Sl.34:6). Apesar do comportamento louco de Davi, seu coração clamava pelo socorro divino. Diante do rei de Gate, Davi era um louco, porém, diante de Deus, era um aflito de coração clamando por livramento.
Quantas vezes julgamos as ações humanas sem misericórdia alguma. Permitam-me ilustrar isto:
Uma dirigente de um ministério de louvor estava se organizando para ministrar a música em determinada igreja, quando um ancião a abordou sobre o fato de dois músicos estarem de calça jeans, e não de roupa social. Aquela mulher, conhecendo a condição humilde daqueles rapazes, mansa e sabiamente respondeu: “Está vendo aquele jovem, meu irmão? Ele veste numeração 40. E aquele outro, veste 42. Estamos abertos a doações”. Sabem o que isto quer dizer? Que somos muito rápidos para julgar, e desatentos para amar. O sacerdote preferiu alimentar Davi e seus homens com o pão sagrado do que deixá-los à míngua. Jesus preferiu ser acusado de quebrar uma regra humana sem sentido do que deixar Seus discípulos passarem o Dia do Senhor com fome. Davi fingiu-se de doido para salvar a sua vida. Sejamos, pois, misericordiosos, assim como o Senhor tem sido misericordioso conosco a cada dia (Lm.3:22-23).
E ainda que tenhamos razão em alguma circunstância, ao invés de criticar ou ferir o nosso próximo com palavras ofensivas, lembremos do nosso supremo Exemplo. Quando confrontado por Satanás, Jesus “não Se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda!” (Jd.9). Vigiemos e oremos!
Bom dia, misericordiosos do Senhor!
Rosana Garcia Barros
#1Samuel21 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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