Reavivados por Sua Palavra


2Samuel 24 – Comentado por Rosana Barros by Ivan Barros
31 de outubro de 2022, 0:45
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“Sentiu Davi bater-lhe o coração, depois de haver recenseado o povo, e disse ao Senhor: Muito pequei no que fiz; porém, agora, ó Senhor, peço-te que perdoes a iniquidade do Teu servo; porque procedi mui loucamente” (v.10).

Como um homem segundo o coração de Deus, que escreveu Salmos tão inspirados, ainda se deixou ser instigado por Satanás? Acerca do mesmo episódio, o cronista relatou o seguinte: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel” (1Cr.21:1). A Bíblia não está se contradizendo, e sim corroborando com o fato de que Deus não interfere em nossas escolhas. Afinal, não somos robôs programados para obedecer. Mas Ele também permite que soframos as consequências, e em nosso sofrimento trabalha a fim de que nos arrependamos de nossos pecados. Foram poucas as vezes em que houve censo no meio do povo. Todos eles, porém, orientados por Deus e com a finalidade de lembrar a cada homem de Israel, “de vinte anos para cima” (Êx.30:14), por meio do pagamento do “resgate de si próprio” (Êx.30:12), que não era pela força ou pela quantidade de homens que Israel venceria as batalhas, mas pelo poder de Deus, que os resgatou, “desde a fundação do mundo” (Ap.13:8).

Davi estava como fora de si ao ordenar o recenseamento do povo. Até mesmo Joabe e os chefes do exército de Israel questionaram a ordem do rei, mas sem sucesso. Davi estava firmemente decidido quanto àquele propósito e, após “nove meses e vinte dias” (v.8), percebeu que havia gerado um grave problema não somente para ele, mas para toda a nação. Triste tornou-se o censo da morte dos filhos de Israel. Não mais a contagem de vivos, mas de mortos. Israel também estava andando na contramão de Deus. Licenciosidade, idolatria e apostasia contaminavam o arraial dos filhos de Israel. Ao deixar nas mãos do Senhor a escolha quanto ao mal que sobreviria ao povo, Davi reconheceu que mesmo a repreensão e a ira divinas são envolvidas por Sua misericórdia e bondade. O que ficou bem evidente quando o Senhor, antes do tempo determinado, ordenou ao Anjo: “Basta, retira a mão” (v.16).

Ao ver o “Anjo que feria o povo” (v.17), Davi orou ao Senhor em favor de Israel. Com olhos de terno pastor, clamou: “Eu é que pequei, eu é que procedi perversamente; porém, estas ovelhas que fizeram?” (v.17). Contudo, apesar de sua responsabilidade como líder de Israel, a ordem do Senhor, dada por Seu profeta: “Sobe” (v.18), ecoava a seguinte verdade: “Sobe Davi, pois há um lugar mais alto do que o teu”. E Davi fez como deveria ter feito desde o princípio, fez tudo “como o Senhor lhe havia ordenado” (v.19). Quantos sofrimentos poderiam ser evitados se sempre déssemos ouvidos à Palavra de Deus. Ali, naquela eira, Davi “apresentou holocaustos e ofertas pacíficas” (v.25). Mas jamais ofereceria ao Senhor holocaustos que não lhe custassem nada. Os holocaustos eram um símbolo da justiça do Cordeiro de Deus. Já o preço pago, representava o arrependimento genuíno de Davi e seu amor e profunda gratidão pelo Senhor que o perdoou.

É fácil para nós lermos todas essas histórias e apontarmos todos os erros como se jamais fôssemos capazes de cometê-los. Muitas vezes temos imitado, mesmo que não de forma proposital, a atitude do fariseu: “Ó Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens” (Lc.18:11); quando estamos em um conflito onde qualquer desatenção de nossa parte pode incorrer em darmos ouvidos às ordens do adversário. O diferencial na vida de Jesus é que Ele perseverou na Palavra e na oração. Sua comunhão com o Pai era profunda e ininterrupta. Até o Getsêmani, a luta de Satanás era para que Jesus cedesse às suas sugestões. Mas ao perceber a firme decisão de Cristo de salvar a humanidade, concentrou-se em tornar o mais humilhante e doloroso possível os Seus últimos instantes.

Mesmo Pedro, que andou três anos e meio lado a lado com Jesus, ludibriado por Satanás, teve que ouvir de Seu amado Mestre a dura repreensão: “Arreda, Satanás! Tu és para Mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt.16:23). Mas após sua genuína conversão, Pedro e os demais apóstolos, cheios do Espírito, depois de uma severa sessão de açoites, “se retiraram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome” (At.5:41). Ou seja, quando Satanás percebe que não pode ser ouvido, ele torna a vida do cristão o mais difícil possível. Como Cristo não desistiu de Sua missão em nosso favor, e como os discípulos não desistiram de sua missão por amor a Cristo, que as nossas feridas não nos afastem do Senhor, mas nos motivem a oferecer o nosso coração inteiramente a Ele.

Assim como o pecado de Davi produziu consequências desastrosas não somente para ele, mas para Israel, também o seu arrependimento e submissão à vontade de Deus resultou em favor para todo o povo: “Assim, o Senhor Se tornou favorável para com a terra, e a praga cessou de sobre Israel” (v.25). O pecado é avassalador em seus efeitos, “mas onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm.5:20). E, mais tarde, sobre a eira que lembrava o grave pecado de Davi e a morte de tantas pessoas, Deus orientou Salomão a ali edificar o Seu tabernáculo (2Cr.3:1), como um memorial de Sua graça e misericórdia. Não fomos chamados para recensear quem está preparado para a guerra e quem não está. Neste grande conflito, nossa missão consiste em entregar nossa vida inteiramente aos cuidados do Senhor. É somente quando isso acontece que somos habilitados pelo Espírito a agir em favor de nossos pequeninos irmãos.

Tão perto como estamos de nosso resgate final, vigiemos e oremos, a fim de não darmos ouvidos às sugestões do inimigo, mas, olhando para o alto, oferecermos todos os dias o nosso coração como sacrifício de amor no altar do Senhor.

Bom dia, fiéis em Cristo!

Rosana Garcia Barros

#2Samuel24 #RPSP

Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100


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