Reavivados por Sua Palavra


Entendendo melhor Ezequiel 1 by Jeferson Quimelli
29 de junho de 2014, 17:25
Filed under: Bíblia, Deus, reverência, soberania de Deus | Tags:

A pedido, apresentamos aqui uma compilação de comentários interpretativos sobre Ezequiel 1.

– Esta visão tem sido considerada como a mais enigmática do Velho Testamento. Porém, quase tudo o que Deus quis ensinar por essa visão pode (e deve) ser entendido. 4

– A descrição feita pelo profeta é imperfeita, tendo em vista a dificuldade de descrever a glória divina e seres que nem ele, nem seus ouvintes, eram familiarizados. Isto é expresso nas palavras chave “algo semelhante” (v. 26. Tb v. 5). Portanto, as figuras empregadas não devem ser interpretadas literalmente. 1, 4

– As “visões de Deus” (v. 1) ou manifestações da glória de Deus (tb chamadas teofanias) “frequentemente acompanham o chamado de um profeta” (ver tb Isaías, Is 6:1, Moisés, Êx 3:2, João, Após. 1:13). São a introdução do profeta “num novo âmbito de conhecimento e percepção, numa nova etapa de experiências e responsabilidade”. “Meras suposições mentais não serviriam. Eles teriam que falar de coisas que realmente viram”. 4

– “As ‘visões de Deus’ deram a Ezequiel a necessária certeza da genuinidade de seu chamado e acrescentaram à sua mensagem a autoridade de que ela precisava”. 4

– A glória de Deus (v. 1, 28) sempre esteve ligada ao tabernáculo e ao templo, agora destruído. O objetivo da visão era, além de confirmar o chamado profético de Ezequiel, consolar e “encorajar os judeus num momento em que grande parte de seu país jazia em ruínas devido a invasões sucessivas, e muitos dos habitantes estavam cativos numa terra estrangeira”. Deus se importava com eles. Ele “estava no comando” e Seu “poder supremo controlava os negócios dos governantes terrenos”. 4

– Os trinta anos do verso 1 muito provavelmente se referem à idade do profeta. Os sacerdotes (e, também, muito provavelmente Jesus – o grande modelo – e João Batista) começavam seu ministério com essa idade (Nm 4:3). 2, 4

– Ao descrever que “a mão de Deus” estava sobre ele (v. 3), o profeta testemunha que o poder divino repousou sobre ele. “Ezequiel sabia que esse estranho e novo poder que o impelia não era outro senão o poder de Deus”. 4

– A expressão “fogo a revolver-se” (v. 4), de acordo com o original em hebraico, indica um fogo que se alimentava continuamente, com o “surgimento constante de novas chamas”.4

– Os seres viventes (v. 5 e ss) representam querubins, anjos de ordem superior (ver 9:3; 10:15), e são atendentes do trono de Deus. 1, 2, 4

– O número quatro (v. 5, 8, 10, 15, 17) geralmente está associado na Bíblia aos quatro ventos (ou cantos) da terra, ou seja, evidencia o interesse e atividade das instrumentalidades celestiais em favor da salvação de toda a humanidade. 2

– Os querubins não tinham necessidade de se virar (v. 9), uma vez que tinham rostos olhando em todas as direções. 4

– O simbolismo dos quatro rostos dos querubins (v. 10, homem, leão, boi, águia) são também vistas em Apoc. 4:7 e denotam a complitude de “sua natureza, funções e propósito em cumprir o plano de Deus”(ref 3). Muitas outras sugestões tem sido feitas para este simbolismo, como: as qualidades de Jesus ressaltadas nos quatro evangelhos (proposto primeiramente por Irineu e ressaltado em pinturas e esculturas da Idade Média), as quatro tribos líderes de Israel, mas nenhuma delas é conclusiva. 2,3, 4.

– “Não é necessário imaginar que, a serviço de Deus, haja seres de quatro cabeças e quatro asas”. “As formas escolhidas para essa apresentação profética tinham o objetivo de simbolizar mensageiros celestiais na plenitude de sua função, capacidade e adaptabilidade”. 4

– Os relâmpagos do v. 14 denotam que os querubins viajavam em alta velocidade. 3; E também “a rapidez com que a obra de Deus será consumada”. A aparente demora só pode ser entendida à luz de 2Pe 3:9 (“…que nenhum pereça…”). Porém, “um dia, em breve, revestido de grande surpresa, o fim virá, mais rapidamente do que as pessoas imaginam”. 4

– As rodas (v. 16) que se interseccionavam, provavelmente denotam as intrincadas interações das ações humanas, todas, porém, sob o controle divino. 3 A estrutura e o arranjo singular das rodas apresentavam uma cena aparentemente confusa; contudo, os movimentos tinham perfeita harmonia”. 4

– A liberdade de movimentos dos querubins (v. 17) denota a onipresença de Deus; os olhos (v. 18), Sua onisciência. 1, 2, 3

– O som das asas dos querubins (o “tatalar”, v. 24) é descrito imperfeitamente como de muitas águas, uma catarata, mas sugere “a voz de uma grande multidão, como se inúmeros indivíduos estivessem envolvidos nos movimentos dos seres … e das rodas”. 4

– A repetição do ato de abaixar as asas, v. 24 e 25, “sugere um ato de reverência dirigido à Majestade, no alto” (v. 26), “quando a voz [de cima do firmamento] foi ouvida” (v. 25). “Os querubins pararam, os potentes sons de seu movimento cessaram, e suas asas se abaixaram e ficaram imóveis em atitude reverente”. 4

– O clímax da visão ocorre quando acima do firmamento cristalino o profeta viu algo semelhante ao “mais rico e profundo azul”. “Então, à medida que os detalhes foram se tornando mais nítidos, o profeta notou a forma de um trono”. 4

– O ser no trono, semelhante a um homem (v. 26), é identificado como Jesus, antes da encarnação. 3

– “Em visão, o profeta contemplou apenas uma representação do original … Ezequiel não viu o Ser divino em si, mas uma representação da Divindade. Ao descrever o Ser como um homem, o profeta empregou extrema cautela… ‘Ninguém jamais viu a Deus’ (Jo 1:18), e, assim, os seres humanos são incapazes de dar uma descrição de Sua verdadeira essência.” 4

– O arco íris em volta do resplendor do trono (v. 28) simboliza a misericórdia divina (ver Gên 9:13). 3

-“O arco-íris que fica ao redor do trono de Deus é a certeza do Seu eterno amor.” “É um ‘sinal da misericórdia de Deus para com o pecador arrependido’ (PP, 107)”. 4

– “O Deus que governa desde o Céu não é um Senhor ausente. Ezequiel viu o firmamento e o trono diretamente acima da cabeça dos seres viventes. Estes, por sua vez, estavam ao lado de cada uma das rodas que, quando paradas, tocavam o solo. É confortante saber que Aquele que Se assenta acima dos querubins está no controle de tudo, que Ele guarda Seu povo, que todos os poderes terrenos que buscam se exaltar contra o Deus do Céu serão subjugados, e que Deus será tudo em todos.” 4

 

Fontes:

1. Comentários da Bíblia Shedd

2. Comentários da Bíblia NVI Vida

3. Comentários da Andrews Study Bible

4. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, vol.4



Ezequiel 2 by Jeferson Quimelli
29 de junho de 2014, 0:00
Filed under: evangelismo, testemunho | Tags: , , ,

Comentário devocional:

Meu pai não era um cristão. Ele estava envolvido no  “Movimento da Nova Era” e praticava ativamente astrologia e meditação transcendental e até mesmo valorizava cristais pelas suas “propriedades curativas.” A última vez que visitei meu pai em seu apartamento eu tinha 18 ou 19 anos. Quando ele me recebeu na porta de entrada, disse que não estava interessado em uma visita muito longa porque estava jejuando e meditando a fim de se preparar espiritualmente para um encontro com Deus.

Ao longo da história, as pessoas têm dado o melhor de si para experimentar Deus, isolando-se dos amigos e familiares, chegando mesmo a infligir dor a si mesmos e outros sofrimentos em tentativas desesperadas de se conectar com Deus. Ezequiel oferece uma perspectiva diferente. É Deus quem vem à procura de Ezequiel e Se revela a ele.

Na visão, Deus chama Ezequiel para uma missão. Mas ele não é chamado para evangelizar pessoas em alguma aldeia remota em uma terra estrangeira. Ele não precisa frequentar uma escola de idiomas ou aprender a cultura do seu público-alvo, porque ele é enviado por Deus para evangelizar o seu próprio povo, os “filhos de Israel”.

Evangelizar seus próprios amigos e familiares já é desafiador, mas o chamado de Deus para Ezequiel é ainda mais difícil. Nesta chamada, Deus compartilha com Ezequiel que, apesar de seus melhores esforços para convencê-los, Israel não iria ouvir sua mensagem.

Por que Deus pediu a Ezequiel para fazer uma coisa impossível – evangelizar o seu povo? Eu acho que podemos tirar algumas conclusões desta situação. Em primeiro lugar, no caso de Ezequiel, Deus parece mais preocupado com a obediência de Ezequiel ao chamado. Deus deseja que o Seu povo seja fiel em compartilhar a sua fé, independentemente dos resultados. Em segundo lugar, o sucesso da evangelização não depende de nós. Alguns dos melhores sermões podem cair em ouvidos surdos e corações insensíveis e algumas das piores mensagens produzem o maior número de conversões. A presença e o poder de Deus, atuando junto aos ouvintes, através do Seu Espírito é que faz a diferença.

Evangelismo eficaz é o trabalho de Deus; Ele não é limitado pelas nossas fraquezas. Esta é uma grande notícia, mas também é uma notícia extremamente humilhante. É humilhante, porque mesmo que você seja o mais eficaz comunicador e mestre nas habilidades do evangelismo, sem o Espírito de Deus você não será bem sucedido em alcançar os perdidos.

O chamado de Deus a nós, hoje, não é muito diferente do que Ezequiel recebeu. A nossa resposta também deveria ser a mesma: obediência e submissão a Deus. Ele virá até você e fará toda a diferença. Esta é uma ótima notícia! Não é? Amém.

Pr. Eric Bates 
EUA

 

Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/eze/2/

Traduzido por JDS/JAQ

Texto bíblico: Ezequiel 2 

Comentário em áudio