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“Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era mau perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava” (v.25).
A manifestação divina no Carmelo, o fim da seca como predito pelo profeta e o poder de Deus na batalha contra a Síria parece que não foram suficientemente convincentes para que Acabe percebesse a misericórdia e a bondade de Deus. Novamente “desgostoso e indignado” (v.4), Acabe revelou-se um rei fraco e mimado. Uma vinha ao lado de seu palácio em Jezreel tornou-se objeto de sua cobiça. E indo em busca do que pensava que conseguiria facilmente, deparou-se com a frustração, pois o dono da vinha não estava disposto a se desfazer da herança de seus pais. É muito provável que aquela terra pertencesse à sua família desde que Canaã foi dividida entre as tribos de Israel. Não se tratava, portanto, apenas de uma vinha, mas de um legado de fé e de um bem sagrado que deveria ser transmitido de geração em geração.
Vendo, porém, o estado emocional de seu marido, procurando saber o que havia acontecido, Jezabel logo tomou as rédeas da situação e prometeu agir como ela esperava que o rei de Israel agisse: “Governas tu, com efeito, sobre Israel? Levanta-te, come, e alegre-se o teu coração; eu te darei a vinha de Nabote, o jezreelita” (v.7). Tendo os anciãos e os nobres da cidade como seus aliados, a rainha perversa teve seu plano maligno executado dando a vinha a Acabe, “para tomar posse dela” (v.16). Mas nada escapa aos olhos do Guarda de Israel. Aquela atrocidade não ficaria impune. Deus mesmo tomaria o caso em Suas mãos e vingaria a morte injusta de Nabote.
Mais uma vez, Deus enviou Seu servo Elias a fim de proclamar o Seu juízo. O mensageiro do Senhor se dispôs a ir até Acabe e pronunciar a sentença contra ele e contra sua mulher. Suas muitas abominações haviam enchido o cálice da ira de Deus. Vendido “para fazer o que era mau perante o Senhor” (v.25) e manipulado por Jezabel, Acabe havia se tornado um verdadeiro fantoche nas mãos de Satanás para degradar e destruir o povo de Israel. Sua fraqueza moral e espírito instável eram grandemente abalados na presença de Elias. “Perturbador de Israel” (1Rs.18:17) e “inimigo meu” (v.20), foram os títulos dados por ele àquele que tornava exposto o seu pecado. A fidelidade de Elias revelava a sua infidelidade. A coragem de Elias revelava a sua covardia. A pureza de Elias revelava a sua imundícia. Como que diante de um espelho, Acabe se deparava com sua própria e indiscutível sentença: CULPADO!
Pela primeira vez, porém, Acabe entendeu que o juízo do Senhor só dá a sua palavra final mediante a escolha do próprio homem. Como sua atitude de humilhação mudou a sentença divina, enquanto houver graça, Deus está sempre disposto a mudar a nossa sorte. Antes de ascender aos céus, Jesus nos deixou a bendita promessa: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco”, e continuou, dizendo: “o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não O vê, nem O conhece; vós O conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós” (Jo.14:16-17). É o Espírito Santo que tem o poder de converter os corações. Nenhuma ação humana, por melhor que seja, é aceita diante de Deus se não for movida pelo Seu Espírito. Nenhuma palavra humana, por mais agradável e eloquente que seja, tem a aprovação divina se não for iluminada pelo Espírito de Deus.
Percebam que Jezabel e os principais da cidade estavam unidos pela maldade a fim de tomar posse de uma vinha alheia. Assim, Satanás e seus agentes têm trabalhado incansavelmente a fim de “roubar, matar e destruir” (Jo.10:10) a vinha do Senhor. E somente os que tiverem o Espírito Santo reconhecerão o engano e buscarão refúgio em Deus. Incansavelmente, suas orações ascendem aos céus em busca de auxílio. Como Elias, são perseguidos pelos próprios irmãos e vistos como inimigos e perturbadores. Apesar disso, “a nossa luta”, amados (e isso precisa ficar bem claro), “não é contra o sangue e a carne”, isto é, não é contra pessoas, “e sim contra os principados e potestades […] contra as forças espirituais do mal”, ou seja, contra Satanás e seus anjos caídos (Ef.6:12). Trata-se, portanto, de uma batalha tão desleal quanto a do pequeno exército de Israel contra os milhares da Síria. Mas assim como o Senhor deu a vitória a Israel, mediante Cristo Jesus Ele também nos garantiu a vitória, e a recompensa de uma herança comprada a preço de sangue do Imaculado Cordeiro de Deus.
Como Acabe só enxergava em Elias um inimigo e perturbador, o homem natural não pode ver e nem conhecer a obra do Espírito Santo na vida das testemunhas de Jesus. A não ser que permitam ser convencidos por Ele “do pecado, da justiça e do juízo”, e sejam guiados “a toda a verdade” (Jo.16:8 e 13), “não herdarão o reino de Deus” (1Co.6:9). Como Elias, somos chamados a desenvolver a nossa “salvação com temor e tremor” (Fp.2:12). O Espírito Santo tem uma obra especial para realizar em nós de forma individual, a fim de que vivamos em unidade no coletivo. Foi assim com a igreja primitiva. Foi assim na reforma protestante. Foi assim na vida dos pioneiros adventistas. E será assim com o remanescente final. Cada grão importa para Deus em Sua seara e Ele não permitirá que “caia na terra um só grão” (Am.9:9). Como foi com Elias, temos uma obra difícil à nossa frente. Que possamos, como Ele, ser guiados pelo Espírito do Senhor, ainda que perseguidos e mal compreendidos. Vigiemos e oremos!
Bom dia, morada do Espírito Santo!
Rosana Garcia Barros
#1Reis21 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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