Filed under: Cartas de Paulo | Tags: Corinto, Espírito Santo, Jesus, Paulo, véu
Comentário devocional:
O apóstolo Paulo lembra aos crentes de Corinto que eles não precisam de uma carta de apresentação para conhecerem o seu caráter (3:1). A própria existência da igreja em Corinto é um testemunho acerca do ministério de Paulo. Como um pastor dedicado, ele se preocupava com eles genuinamente.
Paulo, então, traça um contraste entre o seu próprio ministério e o de Moisés (como o esquema a seguir ajuda a ilustrar):
O ministério de Moisés:
– Um ministério que tinha glória, mas também trouxe a morte e a condenação (2 Cor. 3: 7, 9)
– Gravado em tábuas de pedra (2 Cor. 3: 7)
– Veio com uma glória que era temporária e desapareceu (2 Cor. 3: 7, 9-11)
– Moisés usava um véu para esconder do povo aquela glória temporária (2 Cor. 3:13)
– A mente dos que lêem os escritos de Moisés permanece com um véu (2 Cor. 3: 14-15)
O ministério de Paulo:
– Um ministério do Espírito doador de vida que traz justiça (2 Cor. 3: 8, cf. 2 Cor. 3:6)
– Escrito nas tábuas de corações humanos (2 Cor. 3: 3)
– Um ministério com glória superior e que não desvanece (2 Cor. 3: 8-11)
– “Todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor” (2 Cor. 3:18)
– Aqueles que se voltam para o Senhor Jesus tem o véu removido (2 Cor. 3:16)
Em última análise, o “ministério do Espírito” é “muito mais glorioso” (v. 8, NVI). Na verdade, Moisés, através da “antiga aliança”, apontava para os dias de hoje. Estes não são dois pactos separados, mas o que Moisés ensinou foi como um “véu” que foi retirado “em Cristo.” Em outras palavras, o trabalho e as palavras de Moisés apontavam para Jesus Cristo como o Messias prometido.
Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados
Filipinas
Filed under: bom senso, discernimento, imoralidade, testemunho | Tags: cabelo, costumes, tradição, véu
Na cidade de Corinto, uma mulher que cortasse o cabelo ou deixasse de usar o véu estava dizendo perante a sociedade que não mais estava sob a responsabilidade do marido, pai ou irmão mais velho e que, dali em diante, se tornara uma prostituta. Assim, para que as irmãs não fossem confundidas com as prostitutas e o testemunho delas se tornasse uma pedra de tropeço para a pregação do evangelho, Paulo pediu a elas que acatassem àquele costume da cidade de Corinto. Seria horrível para a igreja cristã se as irmãs fossem rotuladas por aquela cultura como sendo prostitutas. Já nos dias do Antigo Testamento, uma mulher prostitua foi identificada por encobrir o rosto com um véu (Gênesis 38:15). Percebeu o fator cultural?
O mesmo se dava em relação aos homens: em Corinto, todo aquele que deixasse o cabelo crescer era considerado homossexual. Já na época de Jesus (e do Antigo Testamento), o homem usava cabelo comprido normalmente. Era em Corinto que havia tal preconceito.
Assim, podemos ver que o assunto da calça comprida e do corte de cabelo não são princípios, mas questões culturais. Há na Bíblia costumes, que podem variar com o tempo por que foram dados apenas para um povo, de forma local. Existem também princípios, que são eternos, por terem sido transmitidos a todos e não a um povo específico. Nisto se enquadra o Sábado como dia de adoração e culto. Sendo que esse mandamento consta no Decálogo e que foi ordenado a todas as pessoas, não apenas para os judeus (ver Gênesis 2:1-3, Isaías 56:1-7, Marcos 2:28, etc.), deve ser observado para sempre em memorial ao Deus Criador. É importante diferenciarmos na Bíblia um PRINCÍPIO de um COSTUME.
Infelizmente, muitos se apegam a um costume cultural e deixam de lado um princípio universal e moral como o Sábado do Criador.
É lícito e correto o cristão se vestir decentemente e com modéstia (1 Timóteo 2:9), pois inclusive em nosso modo de vestir podemos refletir o caráter de Jesus. Porém, isto não significa que devamos ser desleixados com nossa aparência ou com o corpo, pois isso desagrada a Deus. Aqui podemos tratar do pintar o cabelo. Se a pessoa o faz por uma necessidade, para corrigir um problema ocasionado pelo pecado (Deus não criou o ser humano para envelhecer) qual o problema nisto? O errado seria pintar o cabelo com cores chamativas, que não levam a atenção dos outros para Deus.
Sendo que o corpo é o “templo do Espírito Santo” (1 Coríntios 3:16-17, 6:19-20) e o cabelo faz parte dele, também deve ser cuidado. Entretanto, tal questão (de cortar ou não o cabelo) deve ser analisada por cada um, individualmente, respeitando a opinião daqueles que pensam diferente. Também nesse tipo de atitude nosso cristianismo é manifesto.
Leandro Quadros
Filed under: reverência, unidade | Tags: divisões, Igreja primitiva, Santa Ceia, véu
Comentário devocional:
Neste capítulo, Paulo aborda assuntos mais práticos com os membros da igreja de Corinto. Ao fazer isso, ele lhes lembra: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (v 1 NVI). O restante do capítulo é composto por duas grandes questões: coberturas de cabeça (vv 2-16) e como conduzir a Ceia do Senhor (vv 17-34). Ele as usa para exemplificar o culto impróprio e ao discutir essas questões ele lembra que todo o comportamento para ser adequado deve apontar para Jesus Cristo.
Primeiro, ele lembra os crentes de Corinto que devem observar as “tradições” ou “ensinamentos” passados para eles a respeito da diferença de gênero na adoração. A passagem nos lembra Deus é a “cabeça” de tudo (v 3). Em Corinto, a cobertura da cabeça era uma distinção de gênero. Naquele ambiente altamente sexual, uma mulher que não cobria a cabeça estava se identificando como prostituta. O modo como adoramos traz honra ou desonra a Deus. Por esta razão, Paulo argumenta que naquela época uma mulher casada devia manter a cabeça coberta (v 10). Este texto tem sido interpretado de muitos modos ao longo da história cristã. Pioneiros adventistas do sétimo dia questionavam a ideia de que as mulheres deviam ir à igreja com a cabeça coberta. Da mesma forma, os primeiros líderes, como Tiago White, opunham-se à ideia de que as mulheres não deviam falar em público (ver Spiritual Gifts, vol. 3, p 24).
Outra fonte de “divisão” em Corinto dizia respeito à administração da Ceia do Senhor. Este é provavelmente o mais antigo relato dessa prática no início da Igreja cristã (vv 23-26) e esses textos são usados por ministros hoje na celebração desta ordenança cristã. Somos lembrados de que estes emblemas são sagrados, pois representam o corpo quebrado e sangue derramado de Jesus Cristo na cruz. Como pastor, eu tenho testemunhado conflitos na igreja serem resolvidos quando ambas as partes, seguindo o conselho de examinar a si mesmo (v. 28), se reconciliam. Eu também vi pessoas se afastarem da igreja, impulsionadas pela amargura, e incapazes de lutar com o pecado em sua vida, tornando notório estar evitando intencionalmente a Ceia do Senhor.
Um velho conselho ministerial para jovens ministros que eu encontrei foi que a saúde de uma congregação local pode ser determinada pela vontade dos membros da igreja em participar da Ceia do Senhor. Esta verdade continua válida ainda hoje, porque esta ordenança reafirma nossa crença na expiação sacrificial de Cristo e na segunda vinda de Jesus Cristo (v 26). Não é de admirar Tiago White observou que a Ceia do Senhor deve ser chamado de “ordenança do Advento”.
Michael W. Campbell, Ph.D.
Professor Assistente, Estudos Históricos / Teológicos
Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados
Filipinas
Texto original: http://revivedbyhisword.org/en/bible/1co/11/
Traduzido por JAQ
Texto bíblico: I Coríntios 11
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