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“Como, pois, me consolais em vão? Das vossas respostas só resta falsidade” (v.34).
Nenhum dos argumentos trazidos pelos amigos de Jó conseguia persuadi-lo a acreditar que falavam sem malícia. “Vede que conheço os vossos pensamentos e os injustos desígnios com que me tratais” (v.27); esta fala de Jó não significa que ele pudesse ler pensamentos, mas que as palavras e ações de seus amigos deixavam bem claro quais eram as suas reais intenções. Jó só desejava ser ouvido de forma atenciosa (v.2) e que a sua condição fosse vista com misericórdia (v.5). O estado próspero dos ímpios não era um motivo para que ele desconfiasse dos desígnios de Deus, pois ele mesmo afirmou: “longe de mim o conselho dos perversos” (v.16). Mas o mistério sobre o seu sofrimento era o que o afligia.
O fato é que havia um nítido conforto na vida dos ímpios. Vistas de fora, suas vidas pareciam tranquilas e prósperas. Ainda assim, Jó não admitia ser comparado a qualquer deles, pois não temiam a Deus nem tampouco Lhe faziam orações (v.15). Jó ridicularizou a crença de seus amigos de que “Deus […] guarda a iniquidade do perverso para seus filhos” (v.19). A morte de seus filhos constantemente lhe foi lançada no rosto como consequência de sua iniquidade, e seu estado físico e econômico como resultado direto de seus pecados. Mesmo sem entender a prosperidade do perverso, Jó sabia que era uma questão de tempo, que não passava de uma prosperidade terrena e passageira.
Amados, o contentamento motivado pela prosperidade material desmorona na primeira dificuldade. A alegria do Senhor, porém, nos dota de força mesmo em meio à adversidade. Precisamos, como Jó, apoiar-nos na “vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1Jo.5:4), e não em palavras humanas falíveis ou nas coisas perecíveis deste mundo. Não sejamos néscios, rejeitando conhecer os caminhos de Deus contidos em Sua Palavra.
Para os que direta ou indiretamente dizem ao Senhor: “Retira-Te de nós!” (v.14), muito em breve ouvirão de Quem desdenharam: “Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade” (Mt.7:23). A prosperidade não define o caráter. Mas um caráter que mesmo provado pelo fogo, permanece “íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal” (Jó 1:7), define para onde estamos indo: para “a santa cidade, Jerusalém” (Ap.21:10). Deus espera de nós a mesma fidelidade e confiança dos Seus fiéis servos do passado, que deixaram gravado na História um legado não só de sofredores e mártires, mas de homens e mulheres que verdadeiramente amaram a Deus e a seus semelhantes.
O salmista Asafe também passou pelo mesmo dilema de Jó com relação à prosperidade dos perversos. E em sua angústia confessou: “Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos” (Sl.73:3). Mas sua amargura de alma foi subjugada quando ergueu os olhos para o lugar certo: “até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles” (Sl.73:17).
Podemos resumir as palavras de Jó neste capítulo na conclusão de Asafe: “Ainda que a minha carne e o meu coração desfaleçam, Deus é a fortaleza do meu coração e a minha herança para sempre” (Sl.73:26). Seja esta a nossa confiança e a nossa esperança todos os dias de nossa vida, mantendo nossos olhos no santuário celestial de onde o nosso Salvador pessoal intercede por nós e está prestes a fazer justiça por Seus santos. Vigiemos e oremos!
Feliz sábado, peregrinos rumo ao Lar!
Rosana Garcia Barros
#Jó21 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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