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“Contra Deus não blasfemarás, nem amaldiçoarás o príncipe do teu povo” (v.28).
As leis civis e penais instituídas para a organização de Israel como uma nação, incluíam dispositivos conforme a capacidade do povo em compreender o objetivo final de cada um deles, dentro do propósito divino em eliminar do meio de Israel tudo aquilo que pudesse torná-lo como as demais nações. Era propósito de Deus que Seu povo fosse uma luz a iluminar o mundo. Essas leis, conhecidas como leis mosaicas, deveriam ser como freios para as más condutas. Apesar de serem conhecidas assim, lembremos que foi o próprio Senhor quem as ditou a Moisés. Nenhuma delas era de autoria humana, mas todas elas foram prescritas por causa da maldade humana.
Como um povo recém-liberto de um regime de escravidão, onde não possuía qualquer tipo de direito, era necessário que compreendessem o valor da propriedade privada e o devido respeito de cada possuidor. Era de extrema importância que a sua liberdade não fosse simplesmente no sentido territorial, mas que também ficasse claro que agora os filhos de Israel eram uma nação organizada, e não um grupo de escravos soltos no deserto, sem nenhum tipo de lei que os protegesse e regesse. Olhemos para um passado não muito distante, por exemplo. Quando foi decretada a abolição da escravatura no Brasil, houve grande comoção entre os escravos, mas a realidade foi a de que, por muito tempo, permaneceram como um grupo discriminado, sem leis de proteção; e muitos, a fim de preservarem a vida, tiveram de permanecer vivendo como se ainda escravizados em troca de salários indignos ou de moradia.
Algumas leis descritas no capítulo de hoje podem até nos parecer estranhas ou rígidas demais, mas quando olhamos para o histórico de Israel, percebemos que cada lei tinha o claro objetivo de educar o povo de Deus e de protegê-lo. Sim, amados. As leis do Senhor sempre atuam como uma proteção na vida dos que escolhem obedecê-las. E a verdadeira obediência emana de um coração cheio de gratidão por reconhecer que, antes, foi liberto por um Deus de amor. Apesar de sua idade avançada e de ser um profeta, Moisés não passava de um homem. Mesmo sua experiência com Deus não o autorizava a agir por conta própria, como se dele dependesse o bem-estar de Israel. Nas palavras de Jó – livro cuja autoria é atribuída pela tradição judaica ao próprio Moisés – encontramos a seguinte revelação: “Está a sabedoria com os idosos, e, na longevidade, o entendimento? Não! Com Deus está a sabedoria e a força; Ele tem conselho e entendimento” (Jó 12:12-13).
O fato do Senhor incluir nas leis de Israel a proteção aos estrangeiros, órfãos e viúvas, aponta para a Sua misericórdia e o Seu desejo de que o Seu povo fosse também misericordioso, revelando ao mundo o Seu caráter. A condenação da feitiçaria e do consumo de carnes imundas também apontam para o viés religioso que deveria tornar Israel uma nação de “homens consagrados” (v.31), separada das práticas pagãs não somente do Egito, mas das demais nações com as quais iriam se deparar na terra de Canaã. Tudo isso, amados, deve nos fazer refletir sobre a nossa condição atual. Não somos mais regidos pelas leis mosaicas. Residimos em lugares e países diferentes, cada um com suas leis locais. Mas será que, a despeito de quem as legislou, temos sido bons cidadãos? Além disso, a nossa vida tem refletido os princípios que regem o Céu?
Mais do que qualquer outra pessoa ou grupo de pessoas, os escribas e os fariseus eram considerados exímios cumpridores da lei. Eram extremamente esmerados em satisfazer os rigores de tudo o que julgavam ser seu dever. Mas, a respeito deles, Jesus declarou: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mt.5:20). Jesus estava dizendo que, mesmo aqueles homens, com todo o seu esforço religioso, ainda assim, não eram dignos do reino celestial. Aquilo deve ter soado aos ouvidos de uns como um alívio, e ao de outros como um discurso aterrador. Como um alívio, para os que entenderam que não são obras humanas que salvam, mas a justiça de Cristo sobre o homem. Como um discurso aterrador para os que pensaram que teriam que fazer muito mais do que os escribas e fariseus a fim de serem salvos.
Meus irmãos, a obediência não é uma mola propulsora para o Céu ou um cartão de embarque para chegarmos lá. A obediência pura e genuína é o resultado do “lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que [Deus] derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos Seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt.3:5-7). A verdadeira obediência é o resultado da salvação em Cristo Jesus. Que seja esta a obediência vista em nossa vida, como uma fonte de esperança e de salvação.
Pai de amor, nós Te louvamos, nosso Deus, pela salvação que temos em Cristo Jesus! Ele é o nosso perfeito Modelo de obediência; aquela que provém de um coração completamente cheio do Espírito Santo. Ajuda-nos, Senhor, pois somos falhos e pecadores, e carecemos da Tua graça e da justiça do Teu Filho sobre nós! E, uma vez justificados, necessitamos da santificação, do andar dia a dia Contigo, sendo guiados e lavados pelo Teu Santo Espírito. Que a nossa vida seja de obediência, não como um meio de alcançar o Céu, mas como um testemunho de que já pertencemos ao Céu, pelos méritos do nosso Salvador pessoal, Jesus Cristo. No nome dEle, nome maravilhoso e poderoso, nós Te pedimos e Te agradecemos, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia da preparação, cidadãos do reino celestial!
Rosana Garcia Barros
#Êxodo22 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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