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“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (v.2).
Sob forte tensão, os filhos de Israel permaneciam ao pé do monte. Enquanto o Sinai fumegava e tremia, seus corações foram tomados por grande temor. Do alto, ouviram soar as palavras de Deus como som de trovões e relâmpagos. Ao abrir o Seu discurso com o Decálogo, o Senhor declarou o que seria a “Constituição Federal” de Sua nação eleita; o Seu caráter revelado ao mundo. Vimos que antes mesmo de promulgar os dez mandamentos, Ele já havia provado a fidelidade de Israel através da observância ao mandamento do sábado; e as pragas derramadas sobre o Egito, desafiando os deuses falsos daquela nação, deixaram bem claro de que “o Senhor é o Deus supremo e o grande Rei acima de todos os deuses” (Sl.95:3). Ou seja, o que o Senhor promulgou no Sinai, sempre existiu, como está escrito: “As Tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio, e cada um dos Teus justos juízos dura para sempre” (Sl.119:160).
O Soberano Tutor de Israel precisava educar o Seu instável filho. Por anos, o povo havia esquecido as palavras do Senhor e o jugo da escravidão o tornou cada vez mais incrédulo. Unindo-se à idolatria do Egito, apegaram-se aos seus costumes pagãos e não fosse a sua condição de cativos, certamente escolheriam permanecer naquela terra. A hostilidade de Faraó e a pesada mão de seus algozes fizeram com que se aproximassem de Deus e dessem ouvidos às Suas palavras. No cenário do Sinai, Deus escreveu a carta de alforria dos filhos de Israel. E a Lei que haviam esquecido foi introduzida pelo Deus que os libertou. A “lei da liberdade” (Tg.2:12) inaugurou o surgimento da nação de Israel, símbolo eterno da aliança do Senhor com o Israel espiritual de todos os tempos.
Quão profunda e intensa é a revelação do caráter de Deus nestes dez preceitos! Em cada um deles há um princípio ativo que governa o Universo e que ainda nos mantém com vida neste mundo de pecado. Analisemos resumidamente cada um deles:
- “Não terás outros deuses diante de Mim” (v.3). O Senhor é o único Deus verdadeiro. Portanto, é Ele que rege e que sustenta o Universo. “Antes de Mim deus nenhum se formou, e depois de Mim nenhum haverá” (Is.43:10);
- “Não farás para ti imagem de escultura […]” (v.4-6). A verdadeira adoração consiste em depositarmos a nossa fé somente em Deus. Nenhum objeto ou ser vivente pode substituir o lugar que só pertence a Deus. “Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar” (Jr.10:5);
- “Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão […]” (v.7). O nome de Deus está diretamente associado ao que Ele é. Por isso que somente Jesus “herdou mais excelente nome” (Hb.1:4), por ter sido a encarnação perfeita do EU SOU. Desonramos o nome de Deus todas as vezes que agimos por conta própria. Cristo em nós é o segredo da verdadeira obediência;
- “Lembra-te do dia de sábado para o santificar […]” (v.8-11). Estabelecido na criação, o sábado havia sido esquecido pela humanidade. Deus precisava restabelecer o Seu dia para descanso, santificação e bênção em favor de Seu povo. Fossem eles fiéis na observância do sétimo dia, e jamais perderiam de vista o Criador, como único Deus verdadeiro (Leia Ap.14:7). Logo, haverá grande contenda em torno da observância deste mandamento novamente esquecido. De que lado da controvérsia você deseja estar? “Ai daquele que contende com o seu Criador!” (Is.45:9);
- “Honra teu pai e tua mãe […]” (v.12). Os pais são representantes de Deus na Terra. O respeito e a obediência dos filhos para com os pais os ensinam as primeiras lições da verdadeira educação. Por ser o único mandamento com promessa, revela o resultado prático na vida dos filhos da obediência: “Honra a teu pai e a tua mãe […] para que te vá bem” (Ef.6:2-3);
- “Não matarás” (v.13). Nunca foi plano de Deus que qualquer ser vivente de Sua criação morresse. Com a entrada do pecado no mundo, porém, a primeira folha a cair no chão revelou o seu salário fatal (Rm.6:23). Este mandamento nos lembra de que Deus é o Doador da vida e que, em breve, Ele destruirá o último inimigo, a morte (1Co.15:26);
- “Não adulterarás” (v.14). O matrimônio entre um homem e uma mulher é um dos símbolos da aliança do Senhor com a Sua igreja e, semelhante ao sábado, também foi estabelecido na criação, antes do pecado. E assim como Deus permanece fiel, os cônjuges devem ser fiéis um ao outro. Disso depende a felicidade, a permanência do casamento e a estabilidade da família. “Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros” (Hb.13:4);
- “Não furtarás” (v.15). Não precisa ser cristão para saber que roubar é errado. Ninguém gosta de ser roubado. Nem o próprio ladrão gosta! Precisamos ser mais zelosos quanto à observância deste mandamento. Ele pode ser mais amplo do que imaginamos (Leia Ml.3:10);
- “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (v.16). Deus nos criou para o relacionamento com Ele e uns com os outros. E todo aquele que deseja entrar na cidade de Deus pelas portas precisa aprender a viver bem em comunidade aqui. Como embaixadores da verdade, nossos lábios devem sempre declarar a verdade, e nada mais do que a verdade, pois Deus abomina “o que semeia contendas entre irmãos” (Pv.6:19);
- “Não cobiçarás […] coisa alguma que pertença ao teu próximo” (v.17). Quando um anjo de luz resolveu quebrar o décimo mandamento com o desejo de quebrar o primeiro, sua rebelião iniciou o grande conflito que se estende até nós hoje. A cobiça é uma ferida aberta que corrói todo o corpo à medida que avança em seus propósitos egoístas. Um filho do Reino só está protegido deste mal se estiver disposto a aprender como o apóstolo Paulo: “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp.4:11).
Confrontados por seus pecados, os filhos de Israel sentiram o peso da culpa e a sensação de morte. Como num espelho (Tg.1:23-24), contemplaram as suas iniquidades e perceberam a sua real condição de pecadores. “Não temais” (v.20), foi a resposta ao seu desespero. “Não temais” é a voz de Deus aos Seus filhos apontando para a graça redentora de Cristo Jesus.
Hoje, somos chamados a erguer um altar diário ao Deus que nos salvou e que nos deu os Seus mandamentos como um presente para que nos acheguemos, “confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb.4:16). E lembre-se: O altar é do Senhor. Não erga degraus nele. Não queira subir ao lugar que só a Ele pertence, “para que a tua nudez não seja ali exposta” (v.26). Que a Sua obediência seja tão somente o resultado da boa obra do Espírito Santo em sua vida. Esse é o verdadeiro testemunho de que o mundo necessita.
Pai da Eternidade, Tu és o perfeito Legislador, que nos outorga o privilégio do conhecimento dos Teus mandamentos para que possamos reconhecer a nossa condição de pecadores e a nossa grande necessidade de um Salvador pessoal. Ajuda-nos a guardarmos os Teus mandamentos em nosso coração e a obedecê-los porque nós Te amamos! Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, salvos pela graça de Jesus!
Rosana Garcia Barros
#Êxodo20 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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