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“Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o Senhor” (v.2).
Vimos ontem que as perguntas de Moisés revelavam um tanto de insegurança e medo. É interessante observar que as respostas de Deus aos questionamentos humanos não são diretas, mas o Senhor guarda certo mistério com relação ao futuro para o nosso próprio bem. Infelizmente, nossos temores geralmente nos atrapalham a entender os propósitos de Deus e Ele, por Sua infinita misericórdia, guarda segredo com relação a determinados assuntos. Imaginem que Ele revelasse a Moisés o que ele teria que passar e que teria que suportar quarenta anos no deserto com um povo murmurador. Igualmente, se os hebreus soubessem o que haveriam de enfrentar, ou se o seu jugo não se tornasse sobremodo pesado no Egito, nem mesmo aceitariam sair de lá.
Fica claro que os filhos de Israel precisavam passar por uma experiência única e impactante para que Deus pudesse salvá-los não somente do jugo egípcio, mas deles mesmos. Era necessária uma mudança genuína, de coração, mente e corpo. O mandamento que lhes daria, exigiria isso: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt.6:5). Ou seja, uma entrega completa de si mesmos a Deus. Por isso, ao declarar: “Apareci a Abraão, a Isaque e a Jacó como Deus Todo-Poderoso; mas pelo Meu nome, O Senhor, não lhes fui conhecido” (v.3), não indica que os patriarcas não sabiam que Deus era o Senhor, mas que a experiência pessoal que o povo de Israel teria com Ele seria revelada através do conhecimento relacional, de que Ele é o Senhor.
Por tanto tempo, eles foram escravizados tendo por senhor a Faraó. A partir de sua saída do Egito, iriam experimentar a liderança do próprio Deus como seu Senhor que, antes de tudo, seria o seu Libertador. Por cinco vezes encontramos neste capítulo a expressão divina a reforçar: “Eu sou o Senhor” (v.2, 6, 7, 8 e 28). Mas se nem Moisés tinha firme convicção de que daria tudo certo e permanecia inseguro com relação a si mesmo, que dirá os filhos de Israel, por tanto tempo escravizados e que não tinham o mesmo privilégio de ouvir a voz de Deus. A humildade, amados, não significa mediocridade. Notem que por mais duas vezes Moisés reforçou sua incapacidade: “E não sei falar bem” (v.12). “Eu não sei falar bem” (v.30). Se ele continuasse reforçando o que julgava ser um obstáculo para falar ao povo e para falar a Faraó, sua própria insegurança seria transmitida nas palavras que o Senhor ordenou que falasse.
Nunca foi fácil ser um profeta. Requer muito mais do que uma boa oratória, mas um coração verdadeiramente disposto a fazer a vontade de Deus. E nem sempre há a promessa de sucesso. Por vezes, o Senhor até advertia antecipadamente o profeta de que o povo não lhe daria ouvidos. A Isaías foi dito: “Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais” (Is.6:9). Ezequiel também passou por semelhante prova: “Mas a casa de Israel não te dará ouvidos, porque não Me quer dar ouvidos a Mim; pois toda a casa de Israel é de fronte obstinada e dura de coração” (Ez.3:7). Mas tanto a Isaías quanto a Ezequiel, foi dada a promessa do cuidado divino e que lhes cumpria simplesmente executar a vontade de Deus. “Mas tu lhes dirás as Minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes” (Ez.2:7). Percebem, amados?
Sim, Moisés estava diante de uma grande e desafiadora missão. E o Senhor levou em conta tudo o que a envolvia. Por isso, usou de muita paciência com Seu servo inseguro. Somente o tempo e as experiências diárias com Deus poderiam amadurecer o recém-chamado líder de Israel. Não é diferente conosco, meus irmãos. Deus tem um chamado para cada um de nós. Pode não ser tão grandioso quanto o chamado de Moisés. Talvez nunca ouçamos aqui a voz de Deus como ele ouvia. Mas, acredite, todo chamado divino é igualmente importante aos olhos do Senhor. Se verdadeiramente estivermos dispostos a viver a vontade de Deus, Ele nos guiará, passo a passo, conforme o ritmo que melhor nos seja, para que a nossa experiência com Ele seja real, transformadora e eterna. Que o nome de Deus seja conhecido por sua experiência pessoal com Ele.
Nosso Deus pessoal, o Senhor deseja ter um relacionamento íntimo e profundo com cada um de nós. Que possamos viver a letra da canção: ‘Olha com fé para cima’, e então, se assim permanecermos caminhando Contigo, o Senhor nos habilitará para realizarmos a Tua boa obra. Virão momentos difíceis em que pensaremos que tudo está dando errado, mas são apenas provas as quais precisamos passar para ter a nossa fé fortalecida em Ti e na fidelidade da Tua Palavra. Como foi com Moisés, tem misericórdia de nós, Senhor! Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, chamados para a boa obra!
Rosana Garcia Barros
#Êxodo6 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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