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“Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (v.19).
Os litígios entre os irmãos de Corinto saíram da esfera religiosa para a esfera jurídica. O bom e velho diálogo deu lugar a longas e destrutivas demandas. As dissensões tornaram-se tão graves que alguns ousavam levar suas causas diante dos tribunais seculares. Esta situação, além de enfraquecer a igreja, estava causando problemas ainda maiores, como práticas imorais e sensuais. Não estavam dispostos a crucificar o próprio eu e colocavam “perante incrédulos” (v.6) litígios que deveriam ser julgados “no meio da irmandade” (v.5). Certamente aquela igreja precisava dar ouvidos às palavras de Paulo, ou continuaria sendo uma vergonha para a causa de Deus, pois toda “casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt.12:25).
Só o fato de existirem demandas no meio do povo de Deus é denominado por Paulo de “completa derrota” (v.7). O orgulho não permitia que sofressem as injustiças, e sim que buscassem de todas as formas possíveis a satisfação da justiça própria. Provavelmente, alguns casos foram levados diante de magistrados e outros ameaçavam fazer o mesmo. Na questão da imoralidade, havia promiscuidade tal que Paulo mesmo afirmou que “nem mesmo entre os gentios” se via tanta imoralidade (Rm.5:1). Em Seu ministério terrestre, Jesus nunca excluiu ninguém e sempre recebeu e ministrou aos pecadores, mas Sua palavra de ordem não era “Permaneça como está!”, e sim, “Vai e não peques mais” (Jo.8:11).
Não recebemos de Deus a autoridade e o direito de julgar o que não nos compete, mas, como corpo de Cristo, precisamos usar de honestidade uns para com os outros. Como bem pontua Warren Wiersbe: “Apesar de os cristãos não deverem julgar as motivações uns dos outros (Mt.7:1-5), nem seus ministérios (1Co.4:5), certamente é esperado que sejamos honestos sobre a conduta uns dos outros […] O pecado não deveria ser ‘varrido para debaixo do tapete’, pois, afinal, era de conhecimento geral até mesmo dos incrédulos de fora da igreja” (Comentário Bíblico Expositivo, NT1, p. 766).
Todos nós estamos na mesma condição: pecadores. O próprio Paulo confessou: “Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm.7:24). Mas o que fará a diferença entre pecadores e pecadores naquele grande Dia, será a nossa conduta e reação com relação ao pecado. Estamos vigiando, orando e clamando pelo poder do Espírito Santo para não cair em tentação? Ou simplesmente aprovamos ou somos indiferentes ao pecado, que acabamos perdendo a consciência espiritual que o reprova? “Está escrito”. Esta foi a arma vitoriosa de Jesus contra Satanás e é mediante a Palavra de Deus, “a espada do Espírito”, que o último remanescente será vitorioso (Ef.6:17; Ap.12:17).
A lascívia praticada naquela igreja, comenta Warren Wiersbe, era cometida tendo por base “dois argumentos. Em primeiro lugar: ‘Todas as coisas me são lícitas’ (1Co.6:12). Essa era uma expressão em voga em Corinto e tomava como base um conceito falso da liberdade cristã […] O segundo argumento deles era: ‘Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos’ (1Co.6:13). Consideravam o sexo um apetite a ser saciado, não uma dádiva a ser guardada e usada com cuidado” (Comentário Bíblico Expositivo, NT1, p. 769). Portanto, amados, “Fugi da impureza” (v.18). Essa advertência só pode ser obedecida por aquele que conhece a Jesus como seu Salvador pessoal e que teme e treme da Palavra de Deus. É para este que o Senhor olha com especial atenção (Is.66:2).
Disciplinar não é tarefa fácil, amados. Os pais que o digam. Um pai ou uma mãe temente a Deus nunca tratará os erros dos filhos com negligência ou indiferença, mas fará o que estiver ao seu alcance para corrigi-los e mostrar-lhes, por preceito e por exemplo, como andar no caminho eterno. Quanto mais o Pai Celestial não procurará atuar no meio do Seu povo a fim de que Seus filhos sejam lavados, santificados e “justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (v.11). Quanto mais perto estamos do último tempo de prova e do retorno de Jesus, mais o nosso Pai do Céu envia Seus mensageiros com os solenes alertas de Sua verdade. A pergunta é: temos ouvidos para ouvir o que o Espírito diz à Sua igreja hoje?
Não encare a repreensão e a disciplina como ofensas que devem ser ignoradas. Não permita que o orgulho e a vaidade cauterizem o seu coração. Peça a Deus sabedoria para aceitar a exortação e também, quando preciso for, para repreender seu irmão “com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gl.6:1). E ainda que, por vezes, julguemos a admoestação como exagerada ou imoderada, consideremos a possibilidade de ser um testemunho direto de Deus para a nossa salvação. Somos “santuário do Espírito Santo” (v.19), e fomos comprados por alto preço. “Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo” (v.20). Permita que a Palavra de Deus seja diariamente o principal instrumento divino para te ensinar, repreender, corrigir e educar na justiça (2Tm.3:16).
Nosso Pai do Céu, enche o nosso coração do temor, reverência, amor e santa consideração pela Tua Palavra! Como seres caídos, tendenciosos para o mal e corrompidos pelo pecado, quanto necessitamos ser advertidos, repreendidos e disciplinados por Ti! Reconhecemos diante de Ti a nossa natureza carnal e clamamos, pelo poder que há no precioso sangue do Cordeiro, que nos revista da natureza divina! Esse é um milagre que só o Teu Espírito pode realizar. Mas também reconhecemos que Ele só pode realizá-lo se nós permitirmos. Abre o nosso coração, Pai, para a maravilhosa e poderosa obra do Espírito Santo, retirando de nós toda a impureza; e purifica-nos como Teu santuário. Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, santuário do Espírito Santo!
Rosana Garcia Barros
1Coríntios6 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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