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“Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v.13).
A forma com que Paulo abordou o assunto da lei revela o porquê Deus o escolheu para escrever sobre isso. Sua própria experiência lhe conferia autoridade para tratar do assunto como quem já havia vivido sob os ditames de uma religião fria e legalista. Aos mestres da lei, Jesus chamou de hipócritas (Mt.15:7). Paulo reforçou esse conceito ao enquadrar como ímpios todos os que possuem uma vida dupla. Julgam sem piedade aqueles cujos pecados se tornam públicos, enquanto acumulam para si mesmos “ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (v.5). O apóstolo assinalou o contraste entre o severo julgamento dos homens e a “bondade, e tolerância, e longanimidade” (v.4) de Deus.
Deus sempre dá o primeiro passo na direção do homem. É Ele quem sempre toma a iniciativa. É a Sua bondade que nos “conduz ao arrependimento” (v.4), e não o contrário. Seríamos incapazes de discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, não fosse a bondade divina nos revelando esta diferença através da Sua Palavra. E no dia do justo juízo de Deus não haverá desculpas para o pecado. Todos serão julgados conforme a luz que receberam. “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (v.13). Diante do Senhor, mesmo os que não têm o conhecimento de Sua lei e ainda assim andam como se a conhecessem, “estes mostram a norma da lei gravada no seu coração” (v.15). A transformação é feita de dentro para fora e grande luz é manifestada na vida para a salvação de outros e para a glória de Deus.
Quando avançamos para o livro de Hebreus, capítulo onze, percebemos a perfeita coerência entre a fé e a obediência. Discorrendo desde Abel até aos profetas, a Bíblia apresenta as obras de homens e mulheres de Deus que ganharam destaque na galeria dos heróis da fé. “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício”. “Pela fé”, Enoque foi trasladado porque agradou a Deus. “Pela fé”, Noé construiu a arca conforme as orientações dadas por Deus. “Pela fé”, Abraão saiu de sua casa e seguiu viagem conforme Deus lhe ordenara. E a lista continua. Pessoas que provaram da confiança em Deus e de seus resultados; que, por sua influência, revelaram o caráter de Deus e a manifestação do Seu poder, “homens dos quais o mundo não era digno” (Hb.11:38). Servos fiéis de Deus que, por sua obediência, revelaram a sua fé.
Esta era a obra que o Senhor desejava realizar em Seu povo e por meio de Seu povo; que Israel fosse “guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de ignorantes, mestre de crianças” (v.19 e 20). A realidade, porém, era que “o nome de Deus [era] blasfemado entre os gentios” por causa do mau procedimento dos israelitas (v.24). Ao mesmo tempo em que ensinavam a lei, não a cumpriam. Viviam conforme o famoso ditado: “Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Sobre essa incoerência, Jesus advertiu aos Seus ouvintes: “Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem” (Mt.23:3).
Infelizmente, não estamos livres desta condição, amados. Se trocarmos a palavra “judeu” por cristão, veremos que Paulo dissertou sobre a mesma ideia: “Porque não é [cristão] quem o é apenas exteriormente […] Porém [cristão] é aquele que o é interiormente” (v.28 e 29). Cristão, portanto, não é o legalista ou o moralista, mas o que, pela fé, de coração, é obediente à Palavra de Deus porque a sua intenção não é angariar o louvor de homens, “mas de Deus” (v.29). E suas obras exteriores, naturalmente, refletem a constante obra interior realizada pelo Espírito Santo. É Cristo em nós, a esperança da glória, Cristo, Justiça Nossa, que nos torna verdadeiramente cristãos e genuinamente convertidos.
Deus não nos criou para “ira e indignação” (v.8), mas para “a vida eterna” (v.7) em Cristo Jesus, nosso Senhor. Também não fomos chamados por Deus para condenar nossos irmãos, mas para fazer o bem, atender à justiça, repreender ao opressor, defender o direito do órfão e pleitear a causa das viúvas (Is.1:17). Podemos sim, como Paulo, proferir palavras de advertência, desde que, antes, examinemos o nosso próprio coração para que Deus não seja desonrado por nosso “sobrenome [cristão]” (v.17). Eis um resumo do capítulo de hoje nas palavras de Tiago: “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg.1:22).
Deus bondoso, tolerante e longânimo, que não nos retribui segundo as nossas iniquidades, mas que é grande em misericórdia e rico em perdoar, louvado seja o Teu nome! Pai, todos nós pecamos e destituídos estamos da Tua glória. Todos nós necessitamos da Tua preciosa graça e do Teu perdão. Ensina-nos a olhar para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé e da nossa salvação, a fim de alcançarmos coração manso e humilde. Quanto necessitamos do Teu Espírito renovando a nossa mente e guiando nossas ações! Batiza-nos com o Espírito Santo e nos prepara para o Teu reino, porque cremos que o nosso Senhor logo virá. Oramos essas palavras a Ti, nos méritos e no nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, praticantes da Palavra!
Rosana Garcia Barros
#Romanos2 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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