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“Por isso, também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens” (v.16).
Existem muitas seitas espalhadas pelo mundo. Chama-se seita a um ajuntamento de pessoas que diverge ou se afasta de um determinado grupo principal. Dada a perseguição sofrida pelos próprios judeus, os cristãos judeus tinham de se reunir em pequenos grupos, de casa em casa. Foi participando de uma cerimônia de purificação segundo a lei judaica, que Paulo foi arrastado pelos judeus para fora do templo e espancado covardemente. Nada justificava aquele ato de violência a não ser o ódio incitado pelos judeus asiáticos, que não aceitavam a propagação do que denominaram “seita dos nazarenos” (v.5). Não havia abertura ao diálogo amistoso, mas a cega obsessão em matar aquele que abalou o mundo com a mensagem do evangelho “a respeito da fé em Cristo Jesus” (v.24).
Pensando estar depreciando o ministério de Paulo ao chamar o Caminho de seita, o apóstolo novamente demonstrou a inteligência e sabedoria dadas por Deus na apresentação de sua defesa. Em nenhum momento Paulo ofendia seus acusadores, mas, buscando persuadi-los, expunha-lhes as palavras com nobreza e polidez de erudito. A seriedade de seus discursos não fazia oposição ao seu porte gentil e modesto, de modo que acabava conquistando a simpatia e o respeito das autoridades romanas. Contudo, considerado pelos judeus como “o principal agitador da seita dos nazarenos” (v.5), Paulo era constantemente acusado de traição e apontado como um homem perigoso e semeador de discórdias.
Perante Félix, o apóstolo apresentou defesa inquestionável, de modo que o governador, não tendo do que acusá-lo e conhecendo mais “com respeito ao Caminho” (v.22), conservou “a Paulo detido” (v.23) até que tomasse melhor ciência de seu caso. A bajulação de Tértulo e o firme caráter de Paulo apresentaram contraste claramente perceptível, cumprindo-se a promessa do Salvador: “Quando, pois, vos levarem e vos entregarem, não vos preocupeis com o que haveis de dizer, mas o que vos for concedido naquela hora, isso falai; porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo” (Mc.13:11).
O “Caminho” (v.14) apresentava uma coerência entre o ensino e a prática que nada tinha a ver com a religião farisaica. Ambos os grupos acreditavam nas mesmas Escrituras, mas apenas um, de fato, buscava praticá-la em sua essência. O esforço de Paulo por manter a “consciência pura diante de Deus e dos homens” (v.16) não era mediante apresentação de salvação por obras, mas pela fé em Cristo que, mediante o Espírito Santo, o conduzia às boas obras. Ele quis dizer que procurava viver piedosamente as verdades da Palavra de Deus e que tudo o que havia feito em Jerusalém foi simplesmente observar a lei com inteireza de coração a fim de evitar dissensões, e não de provocá-las.
O estudo deste episódio deve causar em nós dois tipos de questionamentos:
Minha fé está “de acordo com a lei e nos escritos dos profetas” (v.14)? Tenho me esforçado “por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens” (v.16)?
Pouco importa para Deus se a nossa fé é chamada de seita ou algo semelhante. Hoje, alguns chamam de seita a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Mas assim como o Espírito Santo foi concedido a Paulo e aos demais apóstolos, a Sua concessão possui uma condição: “Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outorgou aos que Lhe obedecem” (At.5:32). Se por obedecer à Palavra do Senhor minha fé é considerada seita, então prefiro, como os discípulos de Jesus, “obedecer a Deus do que aos homens” (At.5:29). O homem que foi dotado por Deus com sabedoria inédita, após uma análise acurada sobre a vida neste mundo, chegou à seguinte conclusão: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é dever de todo homem” (Ec.12:13). Percebem? De todo homem, e não apenas de todo judeu.
Na “revelação de Jesus Cristo” (Ap.1:1), é-nos dito que, nos últimos dias, Deus tem um remanescente, um povo santo, “os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap.12:17). Ora, se o Espírito Santo é concedido aos que obedecem a Deus, como conservar uma consciência pura enquanto negligencio as verdades eternas das Escrituras? Félix e Drusila tiveram a oportunidade ímpar de ouvir da boca de Paulo palavras inspiradas pelo Espírito Santo. Contudo, ao ouvirem “acerca da justiça, do domínio próprio e do Juízo vindouro” (v.25), foram tomados de medo, e não de temor. Era mais fácil recusarem-se a ouvir do que aceitar as verdades que colidiam com o estilo de vida que os agradava.
O apelo do Espírito Santo “aos que se assentam sobre a Terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap.14:6), continua sendo o mesmo: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo; e adorai Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap.14:7). O fato de que o único mandamento que apresenta a assinatura do Senhor Deus como o nosso Criador é o sábado (Êx.20:8-11), não desperta em você a curiosidade de estudar mais a respeito deste tema? Amados, não devemos nos preocupar com o título dado à nossa fé, mas em que ela esteja de acordo com a vontade de Deus.
Que pelo estudo sincero das Escrituras e com oração, apresentemos diante do Senhor e dos homens uma consciência purificada pelo Espírito Santo.
Nosso Deus e Pai amoroso, Tua é a justiça, Teu o domínio próprio e a Ti pertence o Juízo vindouro. Esses temas continuam sendo o cerne da pregação do Teu evangelho eterno, da verdade presente a ser pregada ao mundo através das três mensagens angélicas. Concede-nos, ó Deus, o Teu Espírito, para que esta verdade seja evidente em nossa vida, como um testemunho vivo de Cristo. Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, purificados pelo Espírito Santo!
Rosana Garcia Barros
#Atos24 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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