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“Mas os principais sacerdotes e os anciãos persuadiram o povo a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus” (v.20).
As cenas finais da vida de Cristo, especialmente as da crucifixão, devem ser cuidadosa e minuciosamente estudadas. Confesso que eu nunca havia feito isso da forma como tenho feito ultimamente, e que ainda tenho muito o que aprender e assimilar através do relato dos sofrimentos do meu Salvador. Mas garanto a vocês que não há nada neste mundo que possa ser comparado à felicidade e satisfação de ouvir a voz de Deus a me falar: “Perceba o tamanho do Meu amor por você!”
Aquele que libertou os cativos foi amarrado como um delinquente. Aquele que é o próprio Verbo (Jo.1:1-3) Se calou diante das falsas acusações. Aquele que Se despiu de Suas vestes de glória foi vestido com o manto do escárnio. Aquele que é Rei dos reis e Senhor dos senhores teve a Sua fronte perfurada por uma coroa de espinhos. Aquele que trocou a adoração dos anjos para vir a este mundo escuro, foi cuspido, açoitado e escarnecido. Aquele que é o Príncipe da Paz foi crucificado pelos Seus como um perturbador da paz.
Mas sabem o que é mais assustador nestes relatos, amados? O fato de que Jesus foi traído e entregue por um de Seus discípulos e que foi perseguido, preso e morto a mando dos líderes religiosos do Seu povo. A atitude de Judas após perceber a grande abominação que havia cometido não foi de arrependimento, mas de remorso (v.3). Se a devolução das moedas tivesse sido acompanhada com a devolução de seu coração a Deus, ele teria encontrado perdão. Mas ao “assinar” sua sentença com um beijo, “traindo sangue inocente” (v.4), ele entregou a Satanás o controle de suas emoções.
Os maiorais dos judeus, então, levaram Jesus à presença do governador romano. Apesar de desconhecer as Escrituras, Pilatos teve uma forte percepção através da presença e da postura de Cristo. Pensando estar julgando uma causa, ele não fazia ideia de que diante dele estava o justo Juiz. Mas ele conhecia o real motivo das acusações feitas contra Jesus: “Porque sabia que, por inveja, O tinham entregado” (v.18). Em sua ânsia de acalmar as multidões e grandemente perturbado pelo sonho de sua esposa, Pilatos viu em Barrabás a solução de sua angústia. Imagino uma forte luta espiritual dentro deste homem. Contudo, a tentativa de transmitir ao povo o encargo de sua função foi frustrada ao ouvir da turba enfurecida o veredito injusto: a absolvição de Barrabás e a condenação de Jesus. E enquanto ele lavava as mãos, contemplava com horror um povo que dizia: “Caia sobre nós o Seu sangue e sobre nossos filhos!” (v.25). Desejo este que se cumpriu quando Jerusalém foi destruída por Roma, no ano 70 d.C.
As trevas que cobriram toda a Terra não foram maiores do que as trevas que cobriam o coração dos escarnecedores. A inveja e a dureza de coração os impediu de enxergar naquela cruz o seu Resgatador. Fossem seus olhos abertos para contemplar o invisível, e veriam os anjos chorando por não poderem estar no lugar de seu Senhor. E cumprindo-se o plano da redenção, ilustrado através do santuário, o Cordeiro de Deus “entregou o espírito” (v.50). Não havendo mais a necessidade das leis em forma de ordenanças (Ef.2:15), ou seja, dos rituais que envolviam o sacrifício de animais, “o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo” (v.51). Não precisamos mais sacrificar um cordeirinho como símbolo da remissão dos nossos pecados, pois o verdadeiro “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo.1:29) já cumpriu o perfeito sacrifício para que todos tenhamos acesso ao Pai através dEle.
Amados, o fato de que Jesus foi rejeitado pelos Seus e principalmente por aqueles que se orgulhavam de sua moral religiosa deve ser para nós hoje um grande alerta. Ser moralmente correto e orgulhosamente religioso só faz com que as palavras de Jesus à nossa geração façam ainda mais sentido: “pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu” (Ap.3:17). O certificado de batismo ou as credenciais de líder religioso não equivalem a títulos de posse das moradas do Pai. Deus está à procura de Seus verdadeiros adoradores (Jo.4:23) e está a ponto de vomitar de Sua boca os que têm se recusado a tornar-se como crianças.
Perto está o Senhor de cumprir a Sua derradeira promessa e “Jesus, clamando outra vez com grande voz” (v.50), não mais para dar a Sua vida, mas para dar vida, fará despertar do pó não apenas alguns, mas todos “os mortos em Cristo […] depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts.4:16-17). Assim como Sua morte foi um evento que abalou céus e terra, a Sua segunda vinda será o maior evento que este mundo jamais presenciou. Lembrem que João, aquele que contemplou as cenas finais de Seu Salvador até o fim foi aquele que tornou-se o discípulo amado. Você deseja ser um discípulo amado de Jesus? Contemple-O diariamente, principalmente nas cenas finais de Sua vida na Terra.
Como, pois, podemos estar preparados para a gloriosa volta de Jesus? Ele mesmo já nos deu esta resposta: “E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (Jo.17:3). Prossigamos em conhecer o nosso Salvador (Os.6:3) e muito em breve O conheceremos face a face.
Pai amado, há dois sentimentos antagônicos em nosso coração ao lermos o capítulo de hoje: tristeza e alegria. Tristeza, porque percebemos que podemos estar na igreja, trabalhar na igreja e ainda assim estarmos completamente perdidos; que a dureza de coração não permite que os olhos e os ouvidos sejam abertos para Te conhecer. Alegria, porque o nosso Salvador não desistiu de nós e Seu amor e graça foram até o fim e ainda estão à nossa disposição. Santo Deus, não queremos ser como os principais sacerdotes e anciãos do povo; não queremos ser como Judas; não queremos ser como os soldados do governador, nem tampouco como Pilatos. Queremos ser como José de Arimateia, corajosos para confessar que Jesus é o nosso Salvador pessoal. Enche-nos do Teu amor, do puro e sublime amor do Calvário! Como João, queremos ser Teus discípulos amados. Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, discípulos amados de Cristo!
Rosana Garcia Barros
#Mateus27 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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