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“Agora, descerão os filisteus contra mim a Gilgal, e ainda não obtive a benevolência do Senhor; e, forçado pelas circunstâncias, ofereci holocausto” (v.12).
No início do segundo ano de seu reinado, Saul, desesperado pela dispersão do povo e pela demora de Samuel, decidiu agir por conta própria. Mesmo sendo rei, ele não possuía autoridade sacerdotal para oferecer holocaustos. Saul agiu por impulso, ciente de que estava errado, mas, em vez de reconhecer sua falta, culpou as circunstâncias. Assim como seu pequeno exército, sua compreensão acerca da vontade de Deus foi se tornando cada vez menor. Ele demonstrou que não se manteria fiel a Deus, agindo sob a pressão do povo e as motivações de seu enganoso coração. Como resultado, Samuel proferiu a sentença divina: “Já agora não subsistirá o teu reino. O Senhor buscou para Si um homem que Lhe agrada e já lhe ordenou que seja príncipe sobre o Seu povo, porquanto não guardaste o que o Senhor te ordenou” (v.14).
Diante da ameaça dos filisteus, os filhos de Israel se viram como ratos perante serpentes. Esqueceram-se rapidamente de todos os livramentos que o Senhor lhes havia concedido. Iniciaram uma dispersão sem precedentes, movida pelo medo. Contudo, havia um rei — um homem que, por sua beleza e estatura, causava admiração e respeito. Onde estava esse belo libertador? Estava ao lado do povo, igualmente aterrorizado. Quem era aquele homem imponente agora? Apenas mais um dos “ratos” de Israel. Estarei sendo severa demais com Saul? Afinal, é difícil imaginar o que é estar frente a frente com um exército irado tendo a favor apenas poucos homens. Na verdade, tanto a atitude do povo quanto a de Saul não estão longe da nossa realidade.
É comum transformarmos nossos problemas em gigantes e agirmos movidos por nossos temores do que entregarmos nossas aflições ao Deus que é infinitamente maior, confiando que Ele agirá. Parece mais cômodo nos escondermos e disfarçarmos nossas falhas com o peso das circunstâncias. Foi exatamente o que Saul fez. Não lhe cabia oferecer sacrifícios, mas sim confiar que o Senhor pelejaria por Israel, independentemente da quantidade de guerreiros. Pois, quanto menores são os recursos humanos, maiores se tornam os recursos divinos!
Precisamos, como Paulo, reconhecer nossas limitações: “Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte” (2Co.12:10). Deus permite que façamos o que está ao nosso alcance, mas o que foge ao nosso controle, só Ele pode realizar. Como diz Tiago: “devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também faremos isto ou aquilo” (Tg.4:15). Viver segundo a vontade de Deus requer a renúncia do “eu” e total confiança no poder divino, pois sem Ele nada podemos fazer (Jo.15:5). A desculpa de Saul, ao dizer-se “forçado pelas circunstâncias” (v.12), é um eco que ressoa desde a Criação. Adão culpou a mulher; ela culpou a serpente. Moisés culpou sua língua pesada; Arão culpou a impaciência do povo no Sinai. E nós? Sempre temos uma justificativa para a desobediência. Saul buscou o favor de Deus de forma errada e sabia disso. “Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, nisto está pecando” (Tg.4:17). Seu coração o acusava, e a única saída que encontrou foi uma desculpa vazia.
E o que dizer do povo, escondido como insetos na terra? “Está perto o grande Dia do Senhor; está perto, e muito se apressa. Atenção!” (Sf.1:14). Somente os covardes entrarão nas rochas e se esconderão nas cavernas, “ante o terror do Senhor e a glória da Sua Majestade” (Is.2:10). “Meter-se-ão pelas fendas das rochas e pelas cavernas das penhas” (Is.2:21). Porém, “dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão do fruto das suas ações” (Is.3:10). A única Rocha na qual devemos nos esconder nos diz hoje: “Há outro Deus além de Mim? Não, não há outra Rocha que Eu conheça” (Is.44:8). Que nossa vida esteja sobre esta Rocha, que é Cristo, para que jamais sucumbamos. Confiemos em Seu cuidado, independentemente das circunstâncias.
Querido Pai Celestial, a nossa vida aqui é repleta de circunstâncias que podem ser meios de nos aproximarmos ou de nos afastarmos de Ti. Clamamos pelo batismo do Espírito Santo a fim de que as nossas decisões reflitam a Tua vontade, mesmo diante das severas provas! Mantém os nossos pés firmes na Rocha, que é Cristo. Guarda-nos para o Teu reino e volta logo, Senhor. Em nome de Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Feliz semana, firmados sobre a Rocha!
Rosana Garcia Barros
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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