Reavivados por Sua Palavra


JUÍZES 19 — Rosana Barros by Ivan Barros
2 de dezembro de 2025, 0:45
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“Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito até ao dia de hoje; ponderai nisso, considerai e falai” (v.30).

Eu confesso aos meus irmãos que esse é o único capítulo da Bíblia que eu não gosto de ler. Mas da leitura deste terrível relato, surgem alguns questionamentos: Como pode uma história tão horrível estar nas páginas da Bíblia Sagrada? Deus não poderia ter apenas citado que Israel cometeu muitas maldades e pronto? Precisava contar os detalhes? É que são justamente nos detalhes que percebemos os pecados que levaram o povo a uma apostasia sem limites. O concubinato nunca foi plano de Deus, mas havia se tornado costume em Israel, onde as mulheres concubinas não possuíam os mesmos direitos das esposas e, em sua maioria, eram tratadas como mercadorias.

A rejeição por parte da concubina provavelmente se tenha dado por razão de maus tratos. Passado algum tempo, porém, o levita “foi após ela para falar-lhe ao coração, a fim de tornar a trazê-la” (v.3). Apresentou-se como um homem agradável e ganhou a afeição de seu sogro. Todavia, aquele homem com título de líder religioso logo provaria a sua covardia e insanidade. Não encontrando quem os recebesse em Gibeá, eis que “um homem velho” (v.16) os acolheu em sua casa. “Enquanto eles se alegravam” (v.22), enquanto ignoravam seus corações endurecidos pelo pecado, enquanto buscavam prazer em coisas temporais, estavam prestes a se tornar cúmplices de um crime hediondo.

A casa do homem velho foi cercada por “filhos de Belial” (v.22), que insistiam para que o homem lhes entregasse o levita a fim de que pudessem abusar dele. Juízes 19 não nos faz lembrar de Gênesis 19? Da mesma forma que Ló chegou a oferecer suas filhas virgens para aplacar a fúria dos sodomitas, aquele homem ofereceu sua filha virgem e a concubina do levita para que delas abusassem. Por razões que não conhecemos, apenas a concubina foi entregue àqueles homens malignos, sofrendo uma violência sem precedentes. Creio que este seja o crime mais temido por toda mulher. Agora imaginem ser entregue pelo próprio marido para sofrer tamanha maldade! Pior ainda, sendo o seu marido um sacerdote, um líder religioso! Este episódio é uma prova inequívoca do que o homem sem Deus é capaz de fazer.

No caso de Ló, suas filhas foram poupadas e os anjos os conduziram em segurança para fora daquela cidade perversa. E por que a pobre da concubina não foi poupada também? Não sei, amados. Só sei de uma coisa: ela não foi a única vítima da perversidade de Israel. A sua triste morte ilustra a situação do ser humano longe do Criador: pior do que um animal. O esquartejamento da concubina reflete esse cenário. “Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Egito até ao dia de hoje; ponderai nisso, considerai e falai” (v.30). Três ações diretas que deveriam abrir os olhos de Israel para o grande horror em que estavam vivendo.

A condição espiritual de Israel tornou-se deplorável. Mas por pior que fossem as suas atitudes, até então, nada se comparava com aquela brutal covardia. E ainda mais covarde foi a atitude do levita, que foi conivente com aquele crime a fim de salvar sua própria vida. A multiplicação da iniquidade naqueles dias aponta para uma sociedade insensível e egoísta; aponta para o tempo do fim: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos” (Mt.24:12). Certamente aquela concubina gritou por socorro. Hoje, podemos ouvir gritos de socorro da parede ao lado de nossa casa, da mesa de um colega de trabalho, dos corredores da escola. Ao nosso redor, eis o cenário da dor!

Em nome de Jesus, não permita que o seu coração se torne insensível às necessidades de seus semelhantes, mas que, como os anjos que livraram Ló e suas filhas, sejamos instrumentos de Deus, levando o evangelho de Cristo e a esperança de Sua breve volta a um mundo que está em contagem regressiva. Como Jesus nos advertiu, vivemos como “nos dias de Ló” (Lc.17:28). E se nos calarmos diante da iminência do “tempo de angústia, qual nunca houve” (Dn.12:1), e da brevidade da volta de Jesus, seremos considerados no juízo tão culpados quanto aquele levita. Pois assim diz o Senhor: “Quando Eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniquidade, mas o seu sangue da tua mão o requererei” (Ez.3:18). Ponderai nisso, considerai e falai.

Nosso Pai Celestial, têm coisas que acontecem neste mundo que não entendemos, mas que nos fazem lembrar e refletir que o nosso lar não é aqui. Ó, Senhor, não nos criaste para a dor, o sofrimento e a morte, mas para o prazer, a alegria e a vida. O príncipe deste mundo nos odeia e quer nos fazer pensar que o Senhor não Se importa com a humanidade. Mas foi o Teu amor que fez Teu Filho vir a este mundo escuro e passar pela pior violência para que, por Sua morte, tenhamos vida. Assim como veremos amanhã, que Israel despertou e Te buscou por causa daquela tragédia, que possamos olhar para a cruz e para todo o sofrimento neste mundo afora e despertar e Te buscar de todo o nosso coração, pregando o evangelho eterno para que Jesus volte logo. Em nome de Jesus, Amém!

Vigiemos e oremos!

Bom dia, arautos do evangelho eterno!

Rosana Garcia Barros

#JUÍZES19 #RPSP

Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100


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