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“Eis que estamos na tua mão; trata-nos segundo te parecer bom e reto” (v.25).
A arregimentação das nações de Canaã contra Israel era uma tentativa desesperada para deter o avanço do povo de Deus. Eles demonstraram não serem ignorantes quanto ao propósito do Senhor de desapossá-los e eliminá-los. Mas o testemunho de Raabe era a prova viva de que não era plano de Deus destruí-los. Pelo endurecimento de seus próprios corações é que assinaram o seu atestado de óbito. Nada era mais genuíno em toda a obra do Senhor através de Seu povo do que o desejo de libertar e salvar o que estava perdido. Sempre foi assim e sempre será. E o estratagema dos gibeonitas, mesmo que contaminado pela fraude de um povo acostumado a agir assim, lhes rendeu a oportunidade de permanecerem vivos, como “rachadores de lenha e tiradores de água” (v.23).
Fingindo serem embaixadores “de uma terra distante” (v.6), aqueles gibeonitas levaram consigo “sacos velhos, […] odres de vinho, velhos, rotos e consertados; e, nos pés, sandálias velhas e remendadas e roupas velhas sobre si; e todo o pão que traziam para o caminho era seco e bolorento” (v.4-5). Ou seja, era realmente o típico cenário de pessoas que haviam empregado realizar uma longa viagem. O erro de Josué e dos “príncipes da congregação” (v.15) foi de não terem pedido “conselho ao Senhor” (v.14). Aqueles homens sabiam que a palavra dada pelos líderes de Israel valeria a conservação de sua vida e da vida de seu povo. Então, certamente foi um alívio ouvir o pronunciamento daquele juramento. Mesmo que não tivessem consultado ao Senhor, e diante da murmuração do povo, o juramento precisava ser cumprido.
Se “os moradores de Gibeão” (v.3) tivessem, antes, sido honestos e manifestado a mesma atitude de Raabe, Deus os teria poupado da destruição sem que precisassem se resignar à condição de escravos. O Senhor, porém, em Sua misericórdia, lhes poupou a vida e orientou a Josué que os fizesse servidores “para a congregação e para o altar do Senhor” (v.27), numa estratégia bem definida para que pudessem conhecer o Deus de Israel. O Senhor simplesmente poderia ter desconsiderado o juramento e ordenado a destruição daquele povo, pois agiram de má-fé. Contudo, Aquele que sonda os corações, viu ali mais uma oportunidade de manifestar Sua graça e Seu desejo em perdoar e converter o pecador. “Pois se considera e se converte de todas as transgressões que cometeu, certamente, viverá; não será morto” (Ez.18:28).
A mesma oportunidade tem sido dada à humanidade ao longo dos séculos. Desde a queda do homem no Éden, cada geração tem experimentado a longanimidade de Deus, que trabalha em nosso favor com o objetivo de nos levar de volta ao lugar do qual nunca deveríamos ter saído. A proclamação da mensagem dada por Noé, o poderoso testemunho de Abraão, as impressionantes manifestações do Senhor no Egito através de Moisés, o cuidado sobrenatural de Deus com Israel no deserto, a insuperável sabedoria de Salomão, a fidelidade inegociável de Daniel e seus amigos, o sagrado ministério dos profetas, tudo no Antigo Testamento aponta para a obra salvífica de Deus. E o Senhor nunca usa de estratagemas para nos alcançar. Mas Ele sempre usa da verdade, através do perfeito plano da redenção, pré-definido “desde a fundação do mundo” (Ap.13:8).
Amados, o Senhor não tem interesse nenhum de que sejamos Seus escravos, servindo-O no rigor da obrigação. Mas em que sejamos Seus filhos, em serviço voluntário e abnegado de quem tem experiência contínua com Sua graça e amor. Ele deseja que O conheçamos (Leia Jo.17:3). Se, para isso, for necessário fazer uso de nossos próprios erros e insensatas deliberações, Ele o fará, mesmo que tenhamos que sofrer as consequências de nossas más escolhas. Mas, acima de tudo, é desejo do Senhor que busquemos a Sua vontade escrita para que, com a Palavra em nosso coração, possamos receber a proteção do Espírito Santo contra o pecado. Por isso, hoje, não tome nenhuma decisão sem antes consultar ao Senhor e ter a certeza de que está andando sobre o sólido fundamento da verdade. Pois Deus tem um lugar preparado em Sua Cidade para os que não têm “mentira na sua boca” (Ap.14:5).
Deus Eterno e Santo, que também atende pelo nome de Verdade. Pois Jesus mesmo declarou ser a própria Verdade. E nós cremos, Senhor, que Tu és a Verdade que liberta, que santifica e que salva. Que o Teu Espírito continue nos guiando a toda a verdade e, nesse sólido e vivo fundamento, possamos perseverar andando Contigo, Te conhecendo e sendo preparados para entrar pelas portas da Tua Cidade, não como escravos, mas como herdeiros da promessa. Em nome de Jesus, Amém!
Bom dia, herdeiros da Cidade Santa!
Rosana Garcia Barros
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
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