Filed under: Sem categoria
“E disse à congregação: Desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens perversos e não toqueis nada do que é seu, para que não sejais arrebatados em todos os seus pecados” (v.26).
A incredulidade de Israel, frente ao relatório pessimista dos dez espias, causou-lhe a danosa consequência de um longo período de quarenta anos no deserto. Inconformados com o resultado de sua desobediência, Corá, Datã e Abirão, com mais duzentos e cinquenta “varões de renome” (v.2) do povo, “se ajuntaram contra Moisés e contra Arão” (v.3). Não aceitavam a sentença divina e lançaram sobre seus líderes o pesado fardo da culpa. Pensavam poder assumir a liderança e julgavam ser isso a coisa certa a fazer, usando, inclusive, o nome do Senhor como aval de suas ambições. Uma falsa segurança tomou conta de seus corações endurecidos e, por serem a maioria e a nata da nação, consideraram aquele protesto como o primeiro passo de sua vitória rumo à terra prometida.
Ao mandar chamar Datã e Abirão, Moisés recebeu uma resposta ousada e rebelde, a confirmação de que seriam sempre um estorvo à sua liderança. Pela primeira vez, a Escritura relata uma atitude inversa ao seu caráter manso e pacífico: “Moisés irou-se muito” (v.15). O grande líder, porém, não ousou usar sua ira para ferir seus inimigos, mas confiou na justiça divina. Em contrapartida, ostentando espírito de liderança e exibindo sua predileção entre o povo, “Corá fez ajuntar contra eles [Moisés e Arão] todo o povo à porta da tenda da congregação” (v.19). Todos contra dois! Esse foi o resultado da rebelião causada pelos príncipes do povo.
Imaginem o que Moisés não sentiu ao contemplar todo o povo contra ele. O mesmo Moisés que deixou sua pacata vida de pastor de ovelhas para liderar milhares de milhares pelo deserto; o mesmo que, diante da ira de Deus, ofereceu sua salvação a fim de poupar a vida do povo. Novamente, Deus ameaçou destruir os filhos de Israel. Mas aqueles que tinham o espírito de verdadeiros líderes intercederam por seus irmãos. E, diante da ordem do Senhor, os agitadores, que antes atraíram milhares para junto de si, viram todo o povo afastar-se deles como quem foge de leprosos. Sua ambição, egoísmo e rebeldia haviam contaminado suas famílias e os levaram, a todos, à mesma condenação.
No dia seguinte, um novo tumulto se instalou, e “toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão” (v.41). A morte daquelas famílias foi colocada na conta deles: “Vós matastes o povo do Senhor” (v.41). Não bastasse a tragédia do dia anterior, Israel suscitou algo pior, dando início a uma corrida contra o tempo a fim de cessar a praga do meio do arraial. Após correr “ao meio da congregação” e fazer expiação por ela (v.47), Arão se colocou “em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga” (v.48). A mortandade naquele dia foi de “catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Corá” (v.49).
Foi por meio de uma rebelião que Lúcifer iniciou sua obra no Céu, enganando um terço dos anjos. E será por meio de uma rebelião que cumprirá seu portento final, “para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mt.24:24). Instalado o tumulto nas esferas moral e espiritual, Satanás tem instigado uma atitude de rebeldia, mesmo entre o professo povo de Deus. Notem que a rebelião inicial de Corá envolvia homens de influência, eleitos pela própria nação para serem seus príncipes. Entretanto, Deus desaprovou a conduta e as intenções de todos eles. E nenhum deles — repito, amados — nenhum deles escapou do juízo divino.
A nossa confiança, meus irmãos, deve estar depositada em Deus e em Sua Palavra. Moisés e Arão eram depositários do claro e fiel “assim diz o Senhor”, e, semelhante à sua experiência, os fiéis servos de Deus dos últimos dias têm sofrido a indiferença e a perseguição daqueles que não têm o temor do Senhor. O apóstolo Paulo já nos alertou quanto a isso: “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm.3:12). E, quanto mais o tempo passa, mais difícil tem sido e mais evidente fica que não precisamos ir tão longe para sofrer por causa da nossa fé.
A rebelião de Corá, Datã e Abirão permanece infiltrada na igreja como um veneno letal contra os que agem no mesmo espírito. Envenenam o corpo de Cristo, a si mesmos e suas famílias. A cada manifestação de desobediência obstinada, tomam uma leve dose do mal que os destruirá, caso não mudem de atitude. Infiltrados entre o trigo, muitas vezes não podem ser discernidos, mas perto está o dia em que chegará “a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu” (Ap.14:15). E, semelhante aos duzentos e cinquenta príncipes de Israel, esta será a sorte de quem não se arrepender (v.35).
A maravilhosa graça de Cristo ainda está à nossa disposição, amados. Ele tem intercedido por nós, junto ao Pai, constante e incansavelmente. A praga do pecado tem ceifado a vida de milhares todos os dias. Mas o grande Dia do Senhor se aproxima, quando, finalmente, o nosso Intercessor irá declarar: “cessou a praga” (v.50). Não devemos perder tempo com discussões que não edificam, nem com comparações e competições que desunem o corpo de Cristo, mas precisamos seguir o exemplo de Moisés e Arão, que intercediam pelo povo e confiavam no agir de Deus. Disso depende a nossa salvação, a da nossa casa e a de muitos que esperam ver Jesus em nós. Espero que o capítulo de hoje tenha feito você temer e tremer!
Ó Senhor, nosso Deus, não queremos ser rebeldes como Corá e seus partidários! Não queremos, a esta altura do tempo, estar com o coração endurecido nem com vãs aspirações! Não, Senhor! Queremos, sim, ser guiados pelo Espírito Santo! Ó Deus, Autor e Conservador de toda a vida, salva-nos por Tua graça! E dá-nos, como Moisés e Arão, um coração disposto a amar até mesmo aqueles que nos perseguem! Em nome de Cristo Jesus, Amém!
Vigiemos e oremos!
Bom dia, salvos pela maravilhosa graça de Cristo Jesus!
Rosana Garcia Barros
#Números16 #RPSP
Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100
Deixe um comentário so far
Deixe um comentário