Reavivados por Sua Palavra


Números 12 – Rosana Barros by Ivan Barros
23 de agosto de 2025, 0:45
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“Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a Terra” (v.3).

De todas as virtudes do Espírito Santo, a mansidão ganhou destaque na vida de Moisés, uma prova inequívoca da transformação realizada por Deus em sua vida. Aquele que matou um egípcio e o enterrou na areia, e que enxotou sozinho os algozes das filhas de Jetro, revelou que a influência da comunhão com Deus produz o divino fruto no caráter. Moisés tornou-se, portanto, um padrão de mansidão. Seu tato para com o povo era sempre pacífico, e suas palavras, ainda que por vezes de advertência, eram carregadas de uma santa paz. A atmosfera que o cercava promovia um respeitoso temor entre o povo, e ninguém ousava duvidar de sua eleição divina. Ninguém, exceto pela inveja e cobiça de seus próprios irmãos.

Escolhido como chefe espiritual da nação e sumo sacerdote do templo de Deus, Arão era responsável por reger as atividades no santuário. Junto com Miriã, ele viu em Zípora, mulher de Moisés, a desculpa para alimentar seus amargos sentimentos. A liderança mosaica despertou neles a insatisfação de terem que se submeter a seu irmão mais novo. É provável que Miriã tenha sido quem instigou a dúvida e semeou a intriga no coração de Arão. O castigo que lhe foi aplicado parece apontar para isso e, por sete dias, “detida fora do arraial”, ali permaneceu, “e o povo não partiu enquanto Miriã não foi recolhida” (v.15).

Além de enfrentar, todos os dias, os ânimos acalorados do povo, Moisés teve de lidar com a sedição de seus próprios irmãos. Instigado por Miriã, Arão poderia ter resistido às suas ruins suspeitas, mas, semelhante à sua fraqueza ao confeccionar o bezerro de ouro, permitiu ser novamente influenciado. Convocados pelo Senhor para um encontro particular, os três irmãos foram à tenda da congregação. Primeiro, Deus separou Moisés de seus irmãos, chamando apenas Arão e Miriã para que se apresentassem diante dEle. O sofrido líder foi ali poupado da conversa que resultou na lepra de sua irmã. Por um instante, quem sabe, eles tenham cogitado que Deus os estava prestigiando ao chamá-los primeiro. Mas quão grande deve ter sido o temor de seus corações ao perceberem a indignação do Senhor.

A respeito do protesto dos irmãos, “o Senhor o ouviu” (v.2). Nada há encoberto que o Senhor não tenha conhecimento, amados. Antes mesmo que aquele comentário, inicialmente tímido, se revertesse em mais um fardo sobre Moisés e em resultados desastrosos para os próprios envolvidos, Deus cuidou de cortar o mal pela raiz. Moisés não era somente um profeta, mas um amigo do Senhor. “Boca a boca” (v.8) e face a face o Senhor lhe falava. Arão e Miriã sentiram suas faces empalidecerem diante do questionamento divino: “Como, pois, não temestes falar contra o Meu servo, contra Moisés?” (v.8). E, diante da praga instantânea de Miriã, rogando a Moisés que intercedesse por ela, Arão só pôde concluir: “Loucamente procedemos e pecamos” (v.11).

Sutilmente, o inimigo lança mão de seus agentes humanos para instigar a inveja, a intriga e a dissensão. Diálogos duvidosos, conversas influenciadoras e comentários maldosos dão o início à contenda entre irmãos. Eis um problema que não escolhe classe social, grau de parentesco ou idade. Basta haver duas pessoas unidas na mesma disposição de criticar alguém para que rapidamente sejam submetidas a um “júri popular”. Este tem sido um dos principais agravantes da queda espiritual na igreja de Deus, uma das estratégias mais eficazes e bem-sucedidas de Satanás. Enquanto ele distrai o professo povo de Deus em conflitos internos, há multidões perecendo, famintas da Palavra e do amor de Cristo, por meio daqueles que, como Moisés, deveriam estar refletindo o caráter divino.

Ouso afirmar que este é um dos capítulos mais importantes deste livro, apesar de ser um dos menores. Nele, podemos perceber, entre tantas outras lições: o perigo da intriga; a dura realidade de que, por vezes, inimigos podem se levantar de onde menos imaginamos; que Deus não tolera a inveja e a maledicência; mas também percebemos como vale a pena ser fiel a Deus e fazer a Sua vontade; que a mansidão vence a ira; e que a oração em favor dos que nos perseguem pode promover perdão e restauração. Ó, amados, há um mundo que geme com grandes dores espirituais, físicas e emocionais! Perderemos tempo e colocaremos em risco nossa salvação e a de outros para reclamar posições e direitos que não nos pertencem? Gastaremos os instantes finais que ainda temos alimentando nossa natureza carnal? Ou, como Moisés, nos submeteremos à influência do Espírito Santo para que Ele molde nosso caráter para a glória de Deus? A maledicência, meus irmãos, é uma lepra cujas chagas consomem a alma, condenando-a à ruína eterna! Deus nos livre deste terrível mal!

Ó Deus, rogo-Te, que o Senhor cure o Teu povo desta praga maldita e o recolha de volta ao Teu aprisco como povo purificado e mui manso! Que perseveremos, através do estudo da Tua Palavra, todos os dias, em aprender de Jesus, que é manso e humilde de coração. Em nome de Cristo Jesus, Amém!

“Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra” (Mt.5:5). 

Vigiemos e oremos!

Feliz sábado, mansos do Senhor!

Rosana Garcia Barros

#Números12 #RPSP

Comentário em áudio: youtube.com/user/nanayuri100


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MUITO LINDA A TUA MENSAGEM! ME ALERTOU PARA SER MAIS MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO

Comentário por SOLEDADE GUIMARAES ARAUJO




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